O resultado de uma ação coletiva, desenvolvida ainda em 2019, já pode ser conferido na praça da Escola de Educação Básica Educar-se, em Santa Cruz do Sul. Nas telas da quadra de esportes, as buchas vegetais plantadas no ano passado estão prontas para a colheita.
A ação começou em agosto, quando a Educar-se promoveu a conversa Como assim, casa sem lixo?, com a digital influencer Nicole Berndt, de Florianópolis (SC). A partir das vivências com os estudantes, as professoras do primeiro ano do Ensino Fundamental avaliaram a possibilidade de substituir a tradicional esponja pela natural, e assim criaram um ponto de coleta no sucatário da escola.
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Com isso, a professora de Artes Daniela Faccin forneceu as mudas, coletadas na casa de seus familiares. “Ela trouxe buchas com sementes dentro. A partir daí, as turmas foram desenvolvendo as plantas”, lembra a professora Márcia Murillo.
Além das crianças das turmas 11 e 12, o plantio também foi realizado pelo terceiro ano do Turno Educar-se, sob a supervisão da monitora Letícia Sehn. “Após o plantio, todos ajudaram a cuidar das plantas, regando e adubando quando necessário”, lembrou.
De acordo com Márcia, que também é coordenadora de projetos da Educar-se, essas pequenas ações podem até mesmo modificar hábitos individuais ou em família. “Ter a muda e promover o cultivo na escola, cuidando de cada etapa de seu desenvolvimento, também é uma possibilidade de ver esse ciclo da vida, o que as crianças adoram. Além disso, igualmente abre a possibilidade de utilizarmos essas esponjas na nossa cozinha”, salientou a professora.
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A ação também engloba as atividades anuais promovidas pelo projeto BioEducar-se. “Nos sentimos muito felizes de poder incentivar essas práticas pequenas e cotidianas”, enfatizou. “De permitir que as crianças vivenciem isso e, daqui a pouco, levem esses conhecimentos, como algo valioso, para suas famílias e para a sua vida.”
BENEFÍCIOS PARA A SAÚDE E A HIGIENE
A bucha vegetal, ou Luffa cylindrica (nome científico), tem diversos benefícios para a saúde, a higiene pessoal e a limpeza da casa. Ela possui esse nome científico porque é o fruto de uma trepadeira chamada Luffa. Tem folhas palmatilobadas, flores amarelas, rajadas de verde, e bagas obovadas, oblongas, de até 45 centímetros, semelhantes ao pepino.
Folhas, frutos e sementes têm utilidade para a prevenção de doenças, como anemia, bronquite, asma e hemorragias, entre outras. No banho, ela limpa com mais eficiência; é considerada um ótimo esfoliante, por retirar as células mortas da pele; e ainda estimula a circulação sanguínea.
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Na cozinha, é uma opção mais barata e sustentável para a lavagem de louça, não risca os utensílios e é bem mais difícil de ser contaminada do que uma esponja sintética tradicional, de plástico poliuretano (que, além de tudo isso, ainda é de difícil reciclagem). A bucha vegetal é um produto biodegradável e, por isso, é a opção mais sustentável a ser empregada no dia a dia. Na sua decomposição, ela não deixa nenhum resíduo e pode ser compostada, desde que na composteira seca.
O tempo médio de uso de uma bucha é de dois meses. Para higienizá-la, basta ferver uma vez por semana, por cinco minutos. Para descartá-la, a recomendação é enxaguar bem, cortar em pedacinhos e colocar na composteira ou descartar com outros resíduos orgânicos.
As esponjas sintéticas são feitas de poliuretano e proliferam fungos e bactérias. Elas demoram muitos anos para se decompor e ainda deixam microplásticos no meio ambiente, que podem ser ingeridos por animais.
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