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Happy Hour

Ilha do Cardoso (5)

Nessa ilha, as barracas dos turistas e as casas dos moradores são limitadas. Não tem luz elétrica, somente um gerador que funciona até as 23 horas. O lado em que atracamos é de mar abrigado. Do outro, é de mar grosso, que pudemos visitar atravessando uma trilha que cortava a vegetação típica da região.  

Bonita foi a recepção que tivemos no único bar ali existente. Sentamos à sombra de uma frondosa árvore e pedimos uma cerveja bem gelada, acompanhada de peixes fritos. Conversamos sobre as maravilhas da nossa jornada, tiramos fotos e o Carlitos filmou todos os detalhes.

Notamos que a filmadora do nosso intrépido cineasta insistia em filmar o sexo oposto e ficamos apreensivos quanto ao desfecho de tal atrevimento, pois estávamos em terra desconhecida. Fomos salvos pelo dono do bar, que veio munido de seu violão e nos homenageou com uma canção de Dorival Caymmi, que nos emocionou muito. 

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O Marcão, com seus quase dois metros de corpo bem distribuídos, desabou em lágrimas, pois jamais pensou que naquelas paragens longínquas e ermas tivesse uma homenagem tão singela e ao mesmo tempo tão marcante. Foi algo sensacional, inesquecível, que até o Carlitos se esqueceu das gurias e registrou estes momentos felizes. 

Depois do jantar, alguns companheiros foram dormir e outros continuaram no bar jogando conversa fora. Após muitas “geladas”, nos recolhemos aos aposentos. Para o nosso espanto, as luzes estavam todas apagadas e, como ainda não havíamos nos familiarizado com o local, foi com dificuldade que achamos a pousada. Caminhando por uma trilha que já virara uma valeta, castigada pelo intenso movimento de pedestres, bicicletas e carrinhos, ficou difícil seguir dentro do caminho. Por sorte, visualizamos o pisca-pisca das luzes do nosso barco e sabíamos que a pousada ficava defronte.

As dificuldades continuaram, pois não achávamos os quartos. A escuridão era total. Fomos apalpando, no escuro, até achar a porta da entrada. Lembrava-me que o quarto ficava à esquerda, primeira porta. Abri-a, cuidadosamente, com medo de estar invadindo o espaço ocupado por pessoas estranhas.  

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O Marcão salvou esta pobre criatura em dificuldades, ligando a luz do celular. São e salvo, fui dormir o sono dos justos. Lá pelas quatro da madrugada, com a bexiga estourando, fui procurar o banheiro coletivo, que ficava na parte externa do prédio, mas quem disse que desta vez me lembrei da luz do celular salvador, e que achei a porta da saída? Como estava meio sonâmbulo, o fracasso foi total. Tive que retornar à cama e sofrer até a chegada dos primeiros raios da claridade matinal, quando então levantei e corri feito um verdadeiro campeão de maratona ao encontro do mictório salvador. Ufa! (Continua)

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