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Cultura pop

Por que Star Wars fascina público há mais de 30 anos

Um embate épico entre dois homens, onde um deles, todo de preto, veste uma máscara e uma capa. Chama a atenção sua respiração ruidosa e a fala mecanizada. Nas mãos dos combatentes, sabres de luz, que lembram espadas de samurai feitas de laser, e arrancam faíscas do entorno. Darth Vader, o vilão desta história, tenta convencer Luke Skywalker a se juntar a ele, e no Lado Negro descobrir seu verdadeiro poder. Luke acusa-o de matar seu pai. Em uma das passagens mais emblemáticas da história do cinema, Darth Vader diz: “Não, eu sou o seu pai”. O plot twist, virada inesperada no roteiro, que marcou uma geração inteira de espectadores e uma cena que já foi reproduzida e referenciada centenas de vezes, não é o bastante para explicar o sucesso de Star Wars.

Criados por George Lucas, os filmes de ficção científica contam a história de “uma galáxia muito, muito distante” onde após a destruição da República, a Aliança Rebelde luta para tentar derrubar o Império. Nesse mundo fantástico, cheio de planetas e criaturas únicos, existe a Força, energia que pode ser controlada por certos indivíduos. Após treinamento, e quando usam a Força para o bem, se tornam Jedis, guardiões da paz na galáxia, que buscam o conhecimento. Quando voltada para o mal, a Força gera os Sith, que no Lado Sombrio, buscam o poder.

No lançamento do primeiro filme da série em 1977, o público entrou em contato pela primeira vez com este mundo maravilhoso. O filme que ganhou o nome de Star Wars, mais tarde recebeu no título a adição de Episódio IV: Uma Nova Esperança. Apenas uma parte da complexa mitologia criada por Lucas já foi o bastante para encantar milhões de fãs. Colaboraram com a fama as sequências Episódio V: O Império Contra-Ataca (1980), que contém a cena entre Darth Vader e Luke Skywalker, e o Episódio VI: O Retorno de Jedi (1983).

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Em 1999 é lançado o Episódio I: A Ameaça Fantasma, que se passa anos antes dos eventos da trilogia clássica. A nova série trouxe novos fãs para a franquia, mas algumas atuações e o excesso de computação gráfica desagradaram muitos fãs. Completam a série o Episódio II: O Ataque dos Clones (2002), e o Episódio III: A Vingança dos Sith (2005).

Entre os estudiosos que já analisaram todo o universo criado por George Lucas, Joseph Campbell é o maior destaque, por afirmar que a saga retrata um mito moderno. Star Wars exerce esse fascínio por diversas razões. A história é de fácil identificação, por tratar primariamente da dicotomia entre o bem e o mal, e também por mostrar uma missão, que encarna a Jornada do Herói, teoria de narrativa estudada por Campbell. Junte-se a isso questões como honra, dever, romance, drama familiar e destino em um plano político complexo, e voilà, não há quem escape à atração exercida pela saga.

Os longas se destacam pela inovação tecnológica, e além da história cativante e mitológica, utilizam recursos progressistas de corte de câmera e efeitos especiais. Junto aos filmes existe uma quantidade gigantesca de produtos licenciados, como brinquedos, livros, desenhos animados, jogos e quadrinhos que geram uma receita bilionária e geram uma divulgação sem precedentes quando se trata de cultura pop. O magnetismo arrebatou milhões de entusiastas e fanáticos, que estudam o universo de Star Wars e aguardam ansiosamente por mais produtos e informações sobre o universo.

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Sob mistério

A produtora Lucasfilm, fundada por George Lucas, foi vendida para a Disney em 2012, o que possibilitou o lançamento de uma nova série de filmes. Poucos detalhes foram divulgados para manter o mistério em torno de O Despertar da Força, primeiro episódio de uma nova trilogia que será assumida por outros dois diretores, Rian Johnson e Colin Trevorrow, em 2017 e 2019, respectivamente. 

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Mesmo os vídeos divulgados mostram cenas impressionantes, mas não contam praticamente nada da história. O que se sabe até agora é que o filme se passa 30 anos depois da vitória da Rebelião contra o Império em O Retorno de Jedi.

Cavaleiros Jedi, a Força e sabres de luz não passam de lendas. Rey (Daisy Ridley) vive como uma catadora de sucata espacial no planeta desértico Jakku quando se envolve com Finn (John Boyega), um desertor das tropas da Primeira Ordem, novo nome do que restou do Império. Os dois encontram Han Solo (Harrison Ford) e Chewbacca (Peter Mayhew) e ganham um papel vital na Resistência, força rebelde liderada pela General Leia (Carrie Fisher). Junta-se a eles o piloto de caça X-wing Poe Dameron (Oscar Isaac). Os trailers mostram ainda o novo vilão Kylo Ren (Adam Driver), que promete terminar o que Darth Vader começou.

Aficionados celebram novo lançamento nos cinemas

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Na próxima semana chega aos cinemas o próximo filme da série, Episódio VII: O Despertar da Força, dirigido por J.J. Abrams e que renova a franquia, e deve agradar a grande maioria dos fãs, por resgatar os personagens mais amados da trilogia clássica, com as inovações tecnológicas dos filmes atuais.

Para os aficionados por Star Wars é uma nova oportunidade para redescobrir esse mundo. A produtora de mídia audiovisual Jéssica Granada Petry, atualmente com 24 anos, tinha 12 quando assistiu aos filmes na televisão pela primeira vez. Ela conta que ficou fascinada pela narrativa. “Eu acho que o universo inteiro que ele criou foi o que me encantou. Não é só um filme com personagens normais; são vários planetas, várias línguas, é um universo totalmente diferente”, explica. O amor pela saga está marcado na pele, através de uma tatuagem de Stormtrooper, soldado de elite do Império, na história.

Já o publicitário Stefan Gillmeister, de 31 anos, entrou em contato com Star Wars com menos de 10 anos, e foi influenciado pelo pai que já havia assistido aos filmes no cinema. O encanto surgiu pela força diferente de visual que a obra mostrava. “Eu fiquei fissurado com as naves, as coisas eram velhas e destruídas, era muito diferente do que a gente tinha na época, quando os filmes e desenhos eram muito brilhantes e bonitinhos”, explica.

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Quando perguntado, o ilustrador e designer Rafael Amorim, de 44 anos, define Star Wars como “a saga do bem contra o mau, da escalada do herói mito por todas as galáxias”. O amor pela série surgiu na época do lançamento do primeiro filme, através de um álbum de figurinhas, e foi compartilhado com a avó. “Ela era fã do filme também. Eu vivia recortando reportagens e assistimos juntos com muita alegria o making of”, conta. Pouco antes de falecer em 1978, Dona Suelly se despediu dos netos cobrindo a cabeça com um xale como um capuz, e dizendo que era uma Jedi e que ia embora para outro planeta. O neto cultivou o amor, e em 2007 cumpriu a promessa que havia feito quando criança: em viagem ao Reino Unido conheceu os robôs originais da série: R2D2 e C3PO. 

Gerações de fãs

Aos 20– Jéssica relata que a expectativa está muito grande e espera que Luke vá para o lado negro da Força. “Eles devem ter um filme bom pra contar, não iam arruinar o legado inteiro com uma história fraca que os fãs não fossem gostar. Eles não vão repetir o que aconteceu com a trilogia nova.”

Aos 30 – Stefan conta que também ficou decepcionado com a trilogia nova. “Acho que os filmes foram totalmente para o lado errado, as melhores coisas da trilogia clássica foram esquecidas. Houve um enfoque muito grande na política e no senado.” Sobre o novo filme, diz que está ansioso pela surpresa na hora.

Aos 40– Rafael diz que a expectativa muda. “A minha teoria é que o filme será sobre caçadores de relíquias Jedi e que um desses tentará ser um novo Vader. No meio disso, um traidor do exército stormtrooper vai acabar se encontrando com a Ray. Ela deve ser filha de alguém especial e será a Jedi a despertar.”

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