Colunistas

Contador de histórias

Entre jornais, blogs e sites, divulgo meus escritos para dez publicações diferentes para diversos municípios do Rio Grande do Sul. Há algum tempo, esse número era bem menor. Mas ao longo do tempo, a pedido de amigos e colegas jornalistas, não resisti aos convites e ampliei o leque de divulgação. Ao contrário de engordar a conta bancária, se impõe esclarecer que não ganho um único centavo para cumprir esse deleite, que se transformou em compromisso cumprido à risca.

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Escrever exige disciplina, um mínimo de organização, muita leitura e curiosidade. Afinal, nem sempre a inspiração é parceira fiel para socorrer cronistas pouco talentosos, como é o meu caso. Costumo redigir meus textos nos domingos ou na segunda-feira, logo cedo da manhã, período em que tenho mais energia. É uma característica um pouco diferente, afinal, quase todo mundo acorda de mal com o mundo, acabrunhado e com humor em baixa.

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Aproveito as manhãs de domingos para ler textos que costumo guardar ao longo da semana. Esse arsenal é composto de recortes de jornal/revistas, ideias rabiscadas em blocos de papel reciclados ou lembretes escritos na tradicional agenda de papel. São temas variados que por vezes têm o destino do lixo porque surge algum tema palpitante em cima da hora. Não existe, de verdade, uma lógica nesse ofício tão desafiador e prazeroso.

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O cotidiano é a minha principal fonte de inspiração. O dia a dia é rico em personagens “da vida como ela é”, de carne e osso, sem necessidade de me socorrer da ficção. Episódios vivenciados ou testemunhados ao longo do dia são matéria-prima abundante. No trânsito, na fila do supermercado, na sala de espera do dentista ou do médico, dentro do elevador. São ambientes onde é possível capturar histórias ricas e humanas.

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As crônicas que tratam de costumes têm grande repercussão junto ao público leitor. Quando esses textos incluem cenas de família, principalmente tendo os filhos como protagonistas, ocorre uma simbiose instantânea entre cronista e público. Causos pitorescos e bem-humorados também resultam em bom índice de leitura.

Apesar do esforço deste cronista, é sempre difícil auferir a repercussão dos conteúdos junto aos leitores. É pequeno o contingente de pessoas que enviam mensagem com opinião através do e-mail. Mesmo assim, faço questão de colocar o endereço eletrônico às crônicas para conhecer não apenas a impressão de quem lê, mas também para saber de que município provém a mensagem.
Neste momento de radicalização é cada vez mais difícil escrever de maneira equilibrada, com conteúdo e cujo teor seja capaz de despertar interesse. Ser narrador do cotidiano, mais do que nunca, exige esforço, sensatez e perspicácia. Sem ser chato, é claro!

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Guilherme Bica

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