Meus amigos que acompanham há anos minhas publicações na coluna da Gazeta do Sul e nos meus dois livros sabem que guardo boas lembranças da terra onde nasci, Trombudo, hoje a progressista Vale do Sol. Quando a gente se recorda da nossa infância nos anos 1950/1960, remete às pessoas uma viagem no tempo para quem nasceu no interior ou que visitava a casa dos avós no interior durante as férias. Recentemente, escrevi duas crônicas que relatavam minhas experiências vividas no futebol, que suscitaram diversas manifestações no Facebook, que hoje reparto com os leitores.
“Me criei por ali, mais propriamente em Faxinal de Dentro, meu pedacinho de mundo de felicidade. Era onde passava minhas férias com avó, tios e primos. Onde corria de pés descalços e sorriso largo. Onde eu comia fruta direto na árvore, escorregava morros em sacos de adubos. Naquelas estradinhas de chão, aprendi a andar de bicicleta com os primos. Quanto tombo… mas ia de novo. Onde a natureza nos acordava com o barulho do quero-quero. Onde o céu é mais escuro e estrelado. Peralta como eu era… às vezes me deixavam tirar leite das vacas, recolher ovos, conduzir os bezerros para o pasto. Saudades do pão de milho da minha avó… com melado e nata fresquinha ou käschmier com açúcar. Foi por lá que aprendi a colher, surtir e atar fumo. Infância que chamo de felicidade, meu alicerce. Amava Trombudo, hoje Vale do Sol, onde vou com muita frequência. Meu pai era um dos jogadores do Avenida, que ia para Trombudo, Formosa, Herveiras, Pinhal Trombudo… A Santa Missa de domingo de manhã lotava a pequena Igreja e a tarde era a vez do campo de futebol. E um sábado por mês, havia baile em Trombudo no famoso e saudoso salão Beling, onde as famílias iam inteirinhas. Também era costume fazer surpresa na casa de parentes e vizinhos, onde se chegava com gaita, violão, um prato de doce, tiro de foguetes e então a dança começava. Também tinha o famoso Rosário que era rezado duas vezes por ano, cada dia na casa de uma família. Eu ajudava na leitura. Muitas recordações boas de um passado logo ali.” (Ouriana Oriana)
“Muito bons esses relatos, Clóvis Haeser, pois ficam para histórias do passado e que breve não terá ninguém mais da nossa geração pra contá-las. São relatos reais de uma vida real. Adorei. Que venham mais histórias para nosso deleite.” (Janete Wink)
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Algumas pessoas me chamam de escritor, quando, na verdade, me sinto mais à vontade de retrucar que sou somente um contador de histórias e um simples cronista da Gazeta. Distribuí centenas de livros para meus amigos, clientes e aquelas pessoas que gostam de ler crônicas da vida real. É uma forma que possuo de fazer com que muitos tenham o salutar gosto pela leitura, mesmo aqueles sem esse hábito.
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