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RETOMADA

Consumo em Santa Cruz do Sul vai crescer 4,4% neste ano

Foto: Rafaelly Machado

Além disso, o incremento no valor que deve circular na economia local será superior à média nacional

Após um ano em que a economia foi castigada pelas restrições impostas para conter a pandemia, os santa-cruzenses vão gastar mais em 2021, segundo o IPC Maps, que mede o potencial de consumo no País. O estudo aponta que a participação do município no consumo brasileiro será maior do que em 2020. Além disso, o incremento no valor que deve circular na economia local será superior à média nacional.

Ao todo, a população deve gastar R$ 4,3 bilhões neste ano. Em termos reais – ou seja, descontando a inflação –, a projeção é de que sejam injetados R$ 183,4 milhões a mais do que no ano passado, o que representa um crescimento de 4,43%, enquanto a projeção de alta para o consumo no Brasil é de 3,7%.

O desempenho superior ao do restante do País está associado ao fato de Santa Cruz ser um polo regional de comércio e serviços. Segundo o coordenador do estudo, Marcos Pazzini, localidades com esse perfil costumam se recuperar mais rápido de situações de crise. “Municípios que têm população maior e são influenciadores de consumo tendem a sair mais rápido das crises porque atraem consumidores de outros municípios que vão atrás de preço e variedade de produtos”, observou.

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Com efeito, Santa Cruz ganhou uma posição no ranking do potencial de consumo no Estado (de 15ª para 14ª, entre 497 municípios) e oito posições no ranking nacional (de 187ª para 179ª, entre 5,5 mil municípios). A participação de Santa Cruz no consumo nacional aumentou de 0,081 para 0,084. Isso significa que de cada R$ 100,00 gastos no País, pouco mais de 8 centavos são gastos aqui.

O estudo também apontou que o Sul retomou a segunda posição entre as regiões do Brasil em consumo. Desde 2008, o Nordeste aparecia em segundo lugar, atrás do Sudeste. Conforme Pazzini, porém, a dependência da economia do Nordeste de programas de transferência de renda e de turismo fez com que a região fosse muito afetada pela pandemia. “O Sul tem um mercado muito mais forte em termos de agronegócio, indústrias e geração de PIB. Por isso, acredito que deve permanecer nessa posição”, afirmou.

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Maior fatia será destinada a itens básicos

Embora um volume maior de recursos deva ser injetado na economia de Santa Cruz neste ano, os indicadores que serviram de base para os cálculos do IPC Maps indicam um empobrecimento da população do ano passado para cá. Enquanto a classe B encolheu, as classes D e E cresceram. O estudo, porém, indica que o consumo das classes A e C deve aumentar significativamente.

No que toca aos setores onde esses recursos serão aplicados, a tendência é a mesma verificada em anos anteriores: a maior parte do orçamento das famílias será dedicada a itens básicos, como alimentos e habitação (que inclui, por exemplo, despesas de aluguel). Já itens de segunda necessidade, como viagens, aparecem no fim do ranking. “A pandemia pode ter influenciado um pouco nisso, mas já é uma característica de longa data do consumo brasileiro esse comprometimento dos recursos da população com o pagamento de itens básicos, infelizmente”, analisou Marcos Pazzini.

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Segundo o pesquisador, embora uma possível terceira onda de casos de Covid-19 possa afetar a retomada no consumo, há a perspectiva de que, aos poucos, hábitos que foram restritos desde o ano passado voltem à rotina da população que não teve seus rendimentos prejudicados. “Quem tem condições de viajar ou frequentar restaurantes vai voltar na primeira oportunidade que tiver. Haverá a demanda de um consumidor que gastou menos no passado e pode vir com mais sede este ano. Assim, devemos voltar a uma normalidade.” Em 2020, o potencial de consumo no Brasil regrediu a níveis de 2011.

Pazzini também não acredita em grandes alterações nos hábitos de consumo para além dos já incorporados ao longo da pandemia e que estão associados ao trabalho remoto e ao comércio eletrônico. “As empresas perceberam que não precisam de investimentos em infraestrutura tão grandes e podem ter uma produtividade boa com seus times trabalhando em casa. E o consumidor perdeu o medo das compras online”, salienta.

O município
– 117,3 mil é a população urbana
– 14,9 mil é a população rural
– 43,9 mil é o número de domicílios urbanos
– 5,3 mil é o número de domicílios rurais
– R$ 73,2 mil é o PIB per capita
– 18,2 mil é o número de empresas

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