De um mês para o outro, o consumo de água na casa de uma família do Loteamento Imigrante II, no Bairro Linha Santa Cruz, segundo a fatura, aumentou em 8 mil litros, representando um incremento de 42,1%. Em dezembro, a fatura apontou 19 metros cúbicos e, em janeiro, 27. Segundo a funcionária pública Juliana Maria Gass, no imóvel em que residem quatro adultos – ela, o marido, o filho e a nora –, nenhum hábito de consumo mudou. Ela atribui o aumento à troca de hidrômetro feita pela Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) em dezembro.
“Entre os dias 10 e 15 de dezembro, uma equipe da Corsan esteve aqui em casa e disse que precisava trocar o hidrômetro, que o aparelho era muito antigo e que o tempo de durabilidade é de cinco anos. De lá para cá, o ponteiro do relógio não para de correr dia e noite, mesmo com as torneiras fechadas. Sem falar do ar que vem junto”, afirma.
Ela comenta que já pediu a aferição ou a troca do hidrômetro junto à Corsan, mas que encontra dificuldades com o atendimento. “Minha conta de dezembro deu R$ 117,00 e ainda não consegui pagar. E agora veio esta de R$ 196,00. É um absurdo, pois geralmente pago entre R$ 80,00 e R$ 90,00 e nosso consumo nunca foi superior a 16 metros cúbicos”, destaca.
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A poucos metros dali, no mesmo Bairro, só que no Loteamento Pôr do Sol, o casal de aposentados Egon Rohloff e Traudi Terezinha Rohloff relata que, embora a troca de hidrômetro ainda não tenha ocorrido, o ponteiro do aparelho também se movimenta com rapidez, mesmo quando todas as torneiras estão desligadas. Eles também tiveram aumento de consumo.
“Ficamos apavorados, pois nosso consumo, que era de três a quatro metros cúbicos, passou para nove – mais que dobrou. Quando a leitura foi feita, na semana passada, resolvi conferir o aparelho”, diz Egon. Ele também desconfia da presença de ar na tubulação.
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Situação semelhante estaria ocorrendo com outros moradores em Linha Santa Cruz, segundo ele. “Uma vizinha que mora sozinha teve uma fatura de 15 metros cúbicos e outra de 20, quando a média dela é de seis a oito metros. Aqui em casa, em três dias, já marcou um metro cúbico. Se continuar assim, em um mês serão nove ou dez. Não tem explicação.”
A Gazeta do Sul também recebeu relatos de moradores dos bairros João Alves e Belvedere. Um deles alega que costumava pagar uma média de R$ 100,00 de água e agora foi obrigado a desembolsar R$ 200,00. Ciente do problema, o presidente da Associação de Moradores de Linha Santa Cruz (Amorlisc), Claudiomiro Flores, marcou uma reunião para esta terça-feira, 26, com representantes da Corsan. O encontro ocorreu no fim da tarde.
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Corsan alega que novo equipamento aponta o gasto real
A gerente da unidade da Corsan em Santa Cruz do Sul, Rosângela Freitas dos Santos, explica que a substituição dos aparelhos faz parte do contrato firmado entre a Prefeitura e a companhia e deve ser feita a cada cinco anos. Segundo ela, o equipamento precisa ser trocado porque se desgasta e começa a apresentar submedição, ou seja, leitura menor. “É rotineiro. Embora ainda não tenhamos alcançado todas as residências – algumas com até bem mais tempo de uso –, todos terão a troca”, informa.
“É importante destacar que o equipamento não cobra a mais, ele mensura somente o consumo de forma mais precisa, o que realmente foi gasto, além de assegurar maior sensibilidade na identificação de vazamentos invisíveis, que impactariam o custo final”, afirma Rosângela.
Sobre o ponteiro do relógio que corre sem parar, Rosangela acredita que pode ser um vazamento invisível ou oscilações, mas que não geram consumo. Sobre ar na tubulação, ela esclarece que, na maioria das vezes, isso ocorre quando a rede é religada após um tempo de parada.
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A orientação da companhia é que, diante de dúvidas sobre o valor cobrado ou mesmo outras situações, o consumidor procure a central de atendimento por meio dos canais disponibilizados. Se for para questionar o consumo, é possível solicitar uma aferição do equipamento.
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