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FALANDO EM DINHEIRO

Consumo consciente

A tragédia atual de inundações, no estado do Rio Grande do Sul, está mostrando o melhor e, também,  o pior dos seres humanos. São inúmeros os exemplos de pessoas que, anonimamente, prestaram e ainda prestam serviços voluntários às pessoas e animais atingidos de alguma forma pela tragédia. É comovente também  ver que pessoas de todo o Brasil, inclusive de outros países, que se sentem tocados pelo sofrimento dos gaúchos e contribuem com doações de itens não perecíveis, inclusive com dinheiro, ajudando a amenizar as dificuldades e sofrimentos dos atingidos.

De outra parte, mesmo em momentos difíceis, meliantes aproveitam para praticar crimes, saqueando casas inundadas que tiveram que ser abandonadas por seus moradores e, pior ainda, assediando ou até estuprando crianças e mulheres em abrigos. Tem ainda quem se dedica a criar e distribuir postagens de conteúdos duvidosos ou falsos que tentam promover animosidades e até pânico, na sociedade, e lacrar na internet, em suas redes sociais, com fake news – no popular, mentiras. A propósito, conforme decisão da Câmara de 28/05/2024, foi mantido o veto do ex-presidente Bolsonaro a artigos do projeto que pôs fim à Lei de Segurança Nacional, de 2021.

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Com a decisão, o Congresso barrou transformar em crime a disseminação de informação falsa em campanha eleitoral. Na prática, 317 deputados federais entendem que mentir e difamar, na internet, não é crime. Na atual tragédia gaúcha, por exemplo, uma das mensagens muito difundidas é de que “só civil ajuda civil” ou, então, de que “governo só atrapalha”. Claro, o governo federal.

Embora tendo já encaminhado mais de 15 mil pessoas, aeronaves, viaturas, botes, hospitais de campanha e o maior transatlântico do Brasil, e aprovado auxílios em dinheiro a pessoas atingidas e aberto linhas de créditos especiais, etc. parece que algumas pessoas, inclusive o governador do RS e outros políticos, tem dificuldade em reconhecer a ajuda do governo federal ao estado.

As doações destinadas às pessoas atingidas pelas enchentes, principalmente de roupas e calçados, têm revelado duas situações: a primeira, de sermos pessoas que se preocupam com as dificuldades do próximo e, a segunda, de que estamos acumulando mais que o necessário. É raro encontrar alguém ou alguma família que, revendo o guarda-roupas e seus pertences, não tenha encontrado alguma peça em bom estado, às vezes até nova, e que não estava sendo usada.

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A simples existência de itens de consumo não utilizados é importante para refletir sobre os hábitos de consumo. Estar atento às reais necessidades e possíveis impactos do que uma compra pode causar, não só no orçamento, mas, também, no meio ambiente. Segundo o Instituto Akatu, o consumo mundial, além de descontrolado está mal distribuído: cerca de 20% da população mundial concentra o consumo de 80% de todos os produtos e serviços do planeta.

Esse modelo de consumo que, certamente, se repete no Brasil, talvez em desproporção maior, não vai poder se sustentar por muito mais tempo. As consequências já se mostram, seja no que diz respeito às mudanças climáticas ou nas questões de lixões que se acumulam em vários países. Claro, existem pessoas que não creditam na mudança climática, atribuindo a ocorrência atual de chuvas intensas no Rio Grande do Sul a questões cíclicas, valendo-se da lembrança da grande enchente de 1941, quando não se falava em mudança climática.

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Até um político de expressão nacional, com base eleitoral em região muito afetada pelas enchentes, perguntado sobre a mudança climática, disse que, conforme se instruiu com cientistas, “isso não existe”. Como o consumidor é a ponta final de produção, algumas atitudes podem ser adotadas para minimizar o impacto ambiental de nosso consumo.

O consumo consciente ou consumo sustentável nada mais é do que consumir melhor, visando produzir menos lixo, facilitar a coleta seletiva, planejar as compras no dia a dia, saber se são produtos piratas ou contrabandeados. O consumo consciente deve buscar fazer mudanças de comportamento para evitar fazer compras por impulso e priorizar um estilo eco-friendly, em que são priorizadas a satisfação pessoal e a sustentabilidade.

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Segundo o Instituto Akatu que trabalha pela conscientização e mobilização da sociedade para o tema, o consumidor consciente sabe que tem um grande poder em suas mãos ao escolher um produto e uma empresa produtora e pode transformar a sua compra em um ato de reconhecimento de boas práticas do consumo consciente. Dessa maneira, é possível minimizar impactos do nosso consumo no planeta, já que cada item afeta todo o ecossistema, pois consome água, energia elétrica, petróleo e outras matérias primas para sua produção. Cada novo produto comprado representa um gasto adicional de recursos naturais e humanos, além do descarte do item que eventualmente está sendo substituído.

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As compras em excesso, realizadas muitas vezes por impulso ou até por compulsão, além das implicações financeiras pessoais ou familiares, podem afetar também a autoestima, os relacionamentos e qualidade de vida. Afinal, quando gastamos mais do que podemos pagar, acabamos nos endividando e nos preocupando constantemente com as contas a pagar. Isso pode gerar estresse, ansiedade e até mesmo conflitos familiares.

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A solução para esses problemas está na conscientização e na educação do comportamento financeiro. É fundamental que aprendamos a reconhecer e controlar nossos impulsos de consumo, desenvolvendo hábitos saudáveis de planejamento financeiro e tomada de decisões.  Nossas doações não precisam ser só de itens descartados por qualquer motivo.

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