No mundo ideal, a melhor forma de adquirir um bem ou contratar um serviço é ter o dinheiro ou, então, poupar, guardando um pouco a cada mês até atingir o valor necessário. Mas, nem todas as pessoas são disciplinadas para apartar, mensalmente, um valor e deixá-lo em algum investimento, quietinho, aguardando o momento oportuno para realizar algum sonho. Algumas, mesmo tendo renda de classe média, dizem que, se não tiverem uma prestação a pagar, acabam gastando o dinheiro, muitas vezes sem saber em que. Então, preferem financiar o pagamento de um carro, por exemplo, assumindo parcelas mensais, sem questionar o valor dos juros embutidos. Pensam elas que, assim, pelo menos sabem onde estão gastando parte de seu dinheiro.
Por que, então, não entrar num consórcio, organizado por empresas, bancos ou outras entidades, pagando, mensalmente, o valor equivalente à prestação de um financiamento? Possivelmente, muitas pessoas ainda não se deram conta de que o consórcio – para aquisição de casas ou apartamentos, carros, motos e serviços, como para a realização de cirurgias plásticas, viagens, cursos de MBA, etc – pode ser uma excelente forma para realizar esses sonhos, não pagando juros de financiamento, embora incidam outras despesas. Além disso, o maior inconveniente do consórcio é que o consumidor não sabe quando vai poder dispor da carta de crédito, principalmente se for de pouca sorte, nos sorteios mensais, e não quiser dar lance, para ser contemplado mais cedo.
Antes de tudo, é importante entender que o consórcio não é um investimento, já que o valor pago mensalmente não recebe qualquer remuneração. O consórcio apenas é um meio de conseguir comprar algo de valor maior, pagando prestações mensais, mas sem juros. Quem entra num consórcio parcela um crédito que só terá no futuro que, como já foi dito, pode acontecer na última prestação. Mas, o custo do consórcio, principalmente da taxa de administração e fundo de reserva, é menor que um financiamento porque, principalmente, não há incidência de juros.
Publicidade
Para comparar o custo do financiamento e do consórcio, o gerente de conta da agência Imigrante do Banco do Brasil de Santa Cruz do Sul, Marcos Gressler, simulou as duas situações, levando em conta tratar-se de um crédito de R$ 40 mil reais, a ser pago em 59 meses. No financiamento, o cliente pagaria 59 prestações de R$ 1.139,71, totalizando R$67.242,89; já no consórcio seriam 59 prestações de R$ 803,97, num total de R$ 47.434,23. O gerente do banco alertou tratar-se de uma simulação superficial, porque na prática é considerado o perfil do cliente e outras variáveis que podem alterar os valores.
O consórcio pode também servir como uma interessante ferramenta para tornar alguém independente financeiramente. Ao adquirir uma ou mais cotas de consórcio, ao ser contemplado, por sorteio ou lance, não é necessário utilizar o valor da carta de crédito para o objetivo almejado. O valor total da carta de crédito pode ficar aplicado, rendendo juros até o dia que seja utilizado. Quem contratou, por exemplo, um consórcio de um bem de R$ 40 mil reais, tendo sido sorteado ou vencido por lance, pode deixar o valor da carta de crédito aplicado em algum investimento. No nosso exemplo, se o consorciado tivesse sido contemplado por sorteio com o pagamento de apenas uma mensalidade ou através de um lance, vai receber juros sobre o valor total da carta de crédito aplicada, até o dia em que for usar esse crédito.
Publicidade
Em resumo, a equipe do site Organizze identificou 5 razões para se entrar num consórcio:
1) parcelas mais baixas que no financiamento;
2) prazos mais longos para pagar;
Publicidade
3) antecipação de parcelas: dando um lance de parcelas, é possível ser contemplado antes;
4) maior flexibilidade: com a carta de crédito: é possível usá-la para comprar o que quiser;
5) consórcio imobiliário: para comprar casa, apartamento, terreno, sítio.
Publicidade
Mas, o mesmo site relacionou também 5 razões para fugir de um consórcio:
1) ter que esperar ser sorteado;
2) lances, principalmente no início dos grupos, exigem valor maior;
Publicidade
3) estorno ou cancelamento complexos: para sair de consórcio, nos primeiros 7 dias, não há multa de desistência; depois desse prazo, será cobrada alguma multa;
4) problemas na liberação do crédito: a administradora tem o direito de recusar a liberação da carta de crédito para quem está com o nome sujo;
5) reajustes das parcelas, atreladas ao valor do bem financiado, podem ser maiores, dificultando o pagamento delas.
Existem outros argumentos contra ou a favor dos consórcios. O site Canal do Crédito, por exemplo, afirma que o consórcio só valeria a pena para quem for sorteado nos dois primeiros meses, justamente porque, enquanto não contemplado, o valor das parcelas pagas mensalmente não recebe juros, como num investimento. Por isso, antes de comprar algum bem de valor maior, é importante analisar os prós e os contras de optar por um consórcio, além de verificar a credibilidade e segurança da empresa que está oferecendo o produto.
This website uses cookies.