Considerações de final de ano

Com o tempo não há outra solução a não ser rir ou chorar. Ou se isolar numa fazenda. Mesmo lá, os peões já estão aderindo aos horrores dos falsos sertanejos. Com a idade vai se perdendo, sem poder fazer nada, qualquer liame de quando se era feliz. Agora é complicado dizer o que é ser feliz. Claro que é de boa intenção o cara que estaciona seu carro perto do teu, toca a todo volume e te presenteia com infernais bate-estacas, para te converter à verdadeira música chinelona.

Eis meus propósitos para o ano que vem.

Vou continuar a achar idiotas todos os que soltam foguetes barulhentos nas famigeradas datas ou fora delas; é de todos sabido que os pobres animais entram em surto. Qual a graça de ouvir um estrondo? Se há quem goste, então penso ser melhor se inscrever numa milícia dos morros cariocas. Que procure se inscrever cedo, pois é normal morrer baleado aos 23 anos.

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Vou continuar a achar idiotas os que, ante a aproximação de uma câmera, congelam o sorriso, mas se esquecem dos olhos infelizes; que coisa sem graça uma pessoa esperando o embarque e fazendo caras e bocas.

Vou concordar que Floripa é linda, mas para mim deu. Duas horas para andar 10 quilômetros?

Continuarei a achar que falar em voz alta ao celular é atestado de “sem noção”; o que eles adoram é mostrar como é lindo o mundo dos emergentes pobres ricos.

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Jamais poderei perder um amigo, mesmo que haja afastamento por uns tempos.

Sempre continuarei a achar Santa Cruz, Porto Alegre, Xangri-Lá, Santiago e Unistalda o máximo.

Não me interessam os partidos. Melhor votar na pessoa. Jamais, no entanto, em quem foi condenado ou é nitidamente inapto para ser um chefe de Estado.

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Vou continuar a não permitir que falem mal, perto de mim, de alguém que não se encontre presente.

Mais:

Pretendo jamais usar a expressão “com certeza” a cada frase;
– idem com respeito a “beijo no coração”;
– jamais iniciar uma frase com “então!”;
– nunca falar “para MIM fazer, para MIM ir”.

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No mais quero continuar a gastar menos do que ganho, e só comprar aquilo que puder pagar à vista.

Me esforçarei para guardar segredos e não dizer tudo o que sei.

Compreenderei que somos passageiros, que a glória é fugaz. Perdoarei quem eventualmente me queira mal.

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Não esquecerei que dinheiro e sucesso não se ganha sozinho. Nada como uma parceria eficaz e sincera.

Rezarei para que se pense mais em progresso de empresas, de pessoas e se deixe de lado a politicagem em todos os níveis.

E que o ano novo nos traga chuva.

Está preteando o olho da gateada.

Lembrei-me agora das procissões de antigamente pedindo chuva.

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Heloísa Corrêa

Heloisa Corrêa nasceu em 9 de junho de 1993, em Candelária, no Rio Grande do Sul. Tem formação técnica em magistério e graduação em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Trabalha em redações jornalísticas desde 2013, passando por cargos como estagiária, repórter e coordenadora de redação. Entre 2018 e 2019, teve experiência com Marketing de Conteúdo. Desde 2021, trabalha na Gazeta Grupo de Comunicações, com foco no Portal Gaz. Nessa unidade, desde fevereiro de 2023, atua como editora-executiva.

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