Saúde e Bem-estar

Conselho de medicina vai rediscutir regra sobre o uso de canabidiol

O Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou que vai reabrir a consulta pública à população para receber contribuições para a atualização da Resolução 2.324/2022, que trata dos critérios para a prescrição do canabidiol (CBD) medicinal no país. A resolução publicada na sexta-feira, 21, tornou a prescrição do produto ainda mais restritiva do que previa a resolução anterior, de 2014, causando grande polêmica.

Pelas novas regras do conselho, os médicos só podem prescrever o CBD para o tratamento de alguns tipos de epilepsia e apenas se não houver bons resultados com os tratamentos tradicionais. A decisão veio em um momento em que a prescrição de CBD se torna cada vez mais comum para diferentes tipos de problemas, como depressão, dor crônica e fibromialgia.

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Com o anúncio da reabertura da consulta pública – desta vez não apenas para médicos, mas para toda a população – qualquer pessoa poderá enviar contribuições para o debate, de hoje até 23 de dezembro. Este é o primeiro passo para que toda a resolução seja revista. Médicos e entidades já haviam anunciado que continuariam prescrevendo o CBD independentemente da decisão do CFM.

Fragilidade

Em nota, o CFM lembrou que foram avaliados mais de 6 mil artigos científicos sobre o tema e consultados centenas de profissionais. O conselho acrescentou que pauta suas decisões pela medicina baseada em evidências.

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“As conclusões apontam para evidências ainda frágeis sobre a segurança e a eficácia do canabidiol para o tratamento da maioria das doenças, sendo que há trabalhos científicos com resultados positivos confirmados apenas para os casos de crises epiléticas relacionadas às Síndromes de Dravet, Doose e Lennox-Gastaut”, diz a nota.

A manifestação acrescenta ainda que o plenário do conselho considera “prudente aguardar o avanço de estudos em andamento, cujos resultados vão ampliar – ou não – a percepção de eficácia e segurança do canabidiol, evitando expor a população a situações de risco”. O Ministério Público Federal (MPF) questionou o CFM sobre o assunto, e a entidade diz agora que encaminhará todas as informações solicitadas.

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Guilherme Bica

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