O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) arquivou o processo de investigação do caso da atriz Klara Castanho. Na época, a atriz revelou que uma enfermeira havia ameaçado a divulgação da informação sobre a entrega voluntária à adoção do bebê gestado por ela. Em nota, o Conselho afirmou que “não constatou a participação de nenhum profissional de enfermagem em relação ao vazamento de quaisquer informações sigilosas de pacientes”.
E completou dizendo que “o fato de o processo ter sido arquivado por ausência de provas comprobatórias do envolvimento da enfermagem não significa que o Coren-SP afirme categoricamente que ele não ocorreu” – e “permanece à disposição da atriz, caso seja de seu interesse prestar diretamente ao conselho informações que possam complementar as investigações realizadas até o momento”. Até o momento a atriz não se pronunciou.
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A atriz Klara Castanho revelou em uma carta aberta em junho de 2022 que gerou um bebê após um estupro. No relato, a jovem explicou que a gravidez aconteceu a partir de um crime e que ela só descobriu que esperava uma criança no final da gestação. Por isso, optou por dar o bebê à adoção.
“Esse é o relato mais difícil da minha vida. Pensei que levaria essa dor e esse peso somente comigo. Sempre mantive a minha vida afetiva privada, assim, expô-la dessa maneira é algo que me apavora e remexe dores profundas e recentes. No entanto, não posso silenciar ao ver pessoas conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva e de um trauma que sofri. Fui estuprada”, comenta a atriz na carta, publicada no Instagram.
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A atriz disse na carta que tomou todas as precauções médicas após sofrer o abuso sexual. Ela realizou exames e tomou a pílula do dia seguinte. Não teve mudanças físicas e hormonais. Alguns meses depois, quase no término da gestação, ela começou a passar mal e descobriu que estava grávida. “Foi um choque. Meu mundo caiu. Meu ciclo menstrual estava normal, meu corpo também. Não tinha ganhado peso e nem barriga. Eu ainda estava tentando juntar os cacos quando tive que lidar com a informação de ter um bebê. Um bebê fruto de uma violência que me destruiu como mulher”, escreveu na publicação, ao revelar ainda que o profissional que a atendeu não teve nenhuma empatia pela situação vivida por ela.
Seguindo todas as etapas obrigatórias, em processo sigiloso, ela tomou a decisão de entregar a criança para adoção. “Eu não tinha (e não tenho) condições emocionais de dar para essa criança o amor, o cuidado e tudo o que ela merece ter”, explicou. “Vocês não têm noção da dor que eu sinto. Tudo o que fiz foi pensando em resguardar a vida e o futuro da criança. Cada passo está documentado e de acordo com a lei”, acrescentou ela.
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No dia do parto, Klara disse ainda que uma enfermeira a questionou. “Imagina se tal colunista descobre essa história?”, destacou na publicação. Ao chegar no quarto, ela já havia recebido mensagens do colunista, o qual não citou o nome. “Eu conversei com ele, expliquei tudo o que tinha me acontecido. Ele prometeu não publicar”, disse.
A carta foi publicada após rumores surgirem quando Antonia Fontenelle disse em uma live que “uma atriz global de 21 anos teria engravidado e doado a criança para adoção”. Após a carta, a youtuber questionou. “Eu gostaria de saber porque estão tão revoltados comigo, me atacando por eu ter tido a coragem de mencionar uma história que ao meu ver é monstruosa, porém virou banal. (…) Como diz o próprio @leodias as pessoas não ficam indignadas com a notícia e sim com o carteiro, me poupem. Se eu soube disso foi através dele, agora cobrem dele, e se ele não quer falar, também é um direito dele.”
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O colunista Leo Dias publicou um texto chamado “Estupro, gravidez indesejada e adoção: a verdade sobre Klara Castanho” que foi apagado após pressão de internautas. A editora-chefe do portal Metrópoles, Lilian Tahan, se manifestou. “Expusemos de forma inaceitável os dados de uma mulher vítima de violência brutal. A matéria foi retirada do ar.”
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