Centro-Serra

Conselheiras tutelares relatam a impossibilidade de conversa em particular com crianças e adolescentes institucionalizados

Em entrevista ao Programa Giro Regional da Rádio Gazeta FM 98.1, na manhã desta terça-feira, 14 de março, as conselheiras tutelares de Sobradinho, Fernanda Coleraus e Gorete Monteiro, abordaram sobre o caso envolvendo a Casa de Passagem São Nicolau, com sede no município.

Conforme as representantes do Conselho Tutelar do município, com relação ao relato de maus-tratos na instituição, mencionaram ter tomado conhecimento na última semana, mas, em relação à gestão administrativa da Casa de Passagem, salientaram já ter feito relatos desde 2021, onde destacaram ter tido uma reunião junto com o Judiciário e todas as cuidadoras. “Várias vezes cobrei da própria secretária que precisava ter uma equipe técnica para assistir essas cuidadoras e essas crianças, mas ninguém dava ouvido, tanto que hoje a gente está sem assistente social na Proteção Especial. Estamos com uma assistente social no Município e isso também já viemos cobrando, já enviamos dois ofícios ao Ministério Público, onde veio a resposta para nós que foi arquivado”, esclareceu Fernanda, que acrescentou sobre um dos episódios relatados neste ofício, de que estavam sendo perseguidas administrativamente. “E vou dizer, não é politicamente. Não estamos ali por política, fomos eleitas pelo povo para estar ali, não por sigla política”, acrescentou sobre questão levantada durante entrevista do promotor.

Gorete esclareceu que, no ano de 2021, quando verificou-se a situação de problemas com a gestão da Casa de Passagem, membros do Conselho foram até o local para tentar realizar seu trabalho de fiscalização e foram impedidas. “Foi levado tudo para o Judiciário. Teve uma reunião geral da equipe da Rede”.

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As conselheiras reforçaram que não houve nenhuma interferência política em seus trabalhos. “Que fique claro que aqui nós estamos conselheiras tutelares, representando um Colegiado na parte da coordenação e vice-coordenação, trabalhando e buscando que seja prevalecido o direito das crianças e adolescentes, que foi violado dentro da Casa de Passagem, onde era um lugar que era para ser protegido”, frisou Gorete.

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Segundo Fernanda, em diversas conversas com a secretária municipal, também gestora da Casa de Passagem, levou algumas colocações para ela, e que a mesma dizia que levava a conhecimento do prefeito, pois pedia técnicos, profissionais qualificados, e que sempre recebia um não.

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Com relação à Casa de Passagem, destacaram que foram proibidas de entrar no espaço e só poderiam adentrar com autorização. “Fomos proibidas sim, desde 2021, pela própria secretária”. Conforme Fernanda, as crianças e adolescentes institucionalizados de outros municípios também tinham direito a atendimento psicológico e necessitavam sempre ter uma cuidadora junto no momento.

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Sobre a gerência do local, mencionaram pontos como a falta de organização, desorganização da casa e a questão alimentar. “Na nossa concepção de Conselho Tutelar, muitos crimes aconteceram ali dentro, porque no mesmo momento em que a gente recebeu o despacho do Dr. Martin, na segunda-feira, pra gente verificar a situação, imediatamente o Conselho foi entre quatro conselheiros lá. Ao chegar nos deparamos com uma situação, deu uma reunião imediata, fomos tentar fazer um atendimento e disseram para nós que era de praxe que todas as escutas que seriam feitas teriam que ter uma monitora junto para escutar. A gente não aceitou e pediu para a pessoa sair”, contou Gorete. Em visita logo após o despacho do Ministério Público, mencionaram ter constado a triste situação do local.

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As conselheiras tutelares revelaram ainda que, nesta segunda-feira, 13, estiveram novamente na Casa, sendo muito bem recebidas, e que se colocaram à disposição da nova coordenação, mencionando a importância de um conjunto de fatores a ser analisado na contratação dos profissionais que trabalham neste local, em especial, a humanização.

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Nathana Redin

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Nathana Redin

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