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Saúde

Conscientização da Esclerose Múltipla ressalta a importância do diagnóstico

No primeiro semestre de 2016, o estudante de fisioterapia Manoel Feitosa Neto, então com 21 anos, começou apresentar problemas de visão depois de uma cirurgia no maxilar. Após alguns exames, foi diagnosticado com esclerose múltipla no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE), filiado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). “Após o início do tratamento, passei a levar uma vida normal”, enfatiza.

A esclerose múltipla é uma doença neurológica inflamatória crônica. Desde 2006, comemora-se o Agosto Laranja, por conta do Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla, no penúltimo dia do mês. Segundo o chefe do Serviço de Neurologia do HC-UFPE, Márcio Andrade, “esta é uma doença complexa e de diagnóstico difícil. Oferecer um tratamento e acompanhamento especializado para os pacientes com essa doença é, com certeza, muito importante”.

No tratamento, há os medicamentos imunossupressores, que reduzem a eficiência do sistema imunológico, impedindo o ataque ao sistema nervoso. Há ainda os imunomoduladores, como o tomado por Manoel Neto. Ele recebeu treinamento da equipe do HC-UFPE e aplica em si próprio, semanalmente, o medicamento distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Tomo o medicamento e a cada cinco meses vou ao HC para acompanhamento. Fiquei internado cinco dias no HC e minha vista direita está estabilizada, reduzida em apenas 30%”, completa.

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É importante também tratar dos sintomas, como os urinários e a fadiga. A neurorreabilitação, por exemplo, colabora na adaptação e recuperação e na prevenção ao longo do tempo de deformidades físicas. Entre as terapias de neurorreabilitação, estão: psicologia, neuropsicologia, fisioterapia, arteterapia, fonoaudiologia, fisioterapia, neurovisão e terapia ocupacional. “Por orientação médica, comecei a praticar atletismo, minha vida hoje é melhor do que antes da doença”, afirma Manoel.

O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG), outra unidade filiada à Ebserh, possui um serviço especializado na área. O Centro de Investigação em Esclerose Múltipla (Ciem) atende a cerca de 45 pessoas por semana. De acordo com o coordenador do Ciem, Marco Aurélio Lana, o Centro tornou-se referência internacional devido à “abordagem multidisciplinar e ao emprego das mais avançadas estratégias terapêuticas, além de sua estrutura de funcionamento, integrando profissionais da saúde de diversas áreas, seus protocolos de tratamento e suas pesquisas científicas”.

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De causa desconhecida, a esclerose múltipla não tem cura. Os pacientes podem apresentar sintomas como fadiga intensa, depressão, fraqueza muscular, alteração do equilíbrio da coordenação motora, dores articulares e disfunção intestinal e da bexiga.

Há cerca de 35 mil portadores da doença no país, segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (Abem). A maior quantidade de casos se dá no Hemisfério Norte e em países escandinavos. A doença pode provocar lesões cerebrais e medulares, e acometem “predominante mulheres, pessoas brancas, de 20 a 40 anos e que vivem em regiões frias, distantes da Linha do Equador”, esclarece Rosana Scola, chefe do Serviço de Doenças Neuromusculares e Desmielinizantes da Unidade de Neurologia e Psiquiatria do Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR), também filiado à Ebserh.

A forma mais comum da doença é a Esclerose Múltipla Remitente Recorrente (EMRR), cuja evolução se dá em surtos nos quais os sintomas ocorrem subitamente, deixando sequelas ou não. Essa forma é diferente do que ocorre na Esclerose Múltipla Primária Progressiva (EMPP), que evolui sem surtos, mas com sintomas progressivos acumulados. Já a Esclerose Múltipla Secundaria Progressiva (EMRR) evolui com sintomas lentos e progressivos.

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“Os pacientes com surtos são atendidos inicialmente pelo atendimento de emergência e posteriormente na especialidade, para dar continuidade as orientações. Atendemos também as intercorrências de pacientes, como os surtos na forma remitente recorrente”, relata Rosana Scola. O CHC-UFPR é referência no tratamento da doença no estado, por onde passam cerca de 20 pessoas por semana.

Percebendo os sintomas, deve-se procurar um médico neurologista, para se buscar um diagnóstico já que há uma série de doenças inflamatórias e infecciosas com alguns sintomas semelhantes. “O diagnóstico é realizado por meio de um exame neurológico detalhado realizado por um especialista e auxiliado com exames de Imagem e do líquido cefalorraquidiano”, ressalta Franciluz Bispo, neurologista do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí (HU-UFPI), unidade da Rede Ebserh que também é referência no estado em Neurologia, atendendo portadores de esclerose múltipla do meio-norte do Brasil.

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