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Consciência é a grande vacina

O mundo continua subjugado à Covid-19. Entre testes e esperança, as vacinas podem ser nossa rota de saída. Ou não. Esperar não é mais uma alternativa. Viver de forma protegida se tornou o novo hábito. Um supercomputador Summit do Oak Ridge National Lab, no Tennessee, descobriu que o vírus sequestra ativamente os próprios sistemas do corpo. É como um ladrão que desliza pela janela destrancada do segundo andar e começa a saquear sua casa. Uma vez dentro, ele também abre todas as suas portas e janelas para que seus cúmplices possam entrar e ajudar a saquear com mais eficiência, o que nos mostra o quanto ainda estamos longe de compreender o assunto.

Se usarmos um pouco de ficção científica, podemos criar novas teses, que conectam a pandemia com eventos que ainda não têm explicação na esfera humana, e que vêm confrontando a ciência e sua lógica pragmática. O vírus nada tem de pragmático, e respeitar a ciência sempre deve ser um dos cuidados nas tratativas, ela nos dá referências, não mais certezas.

É notório o despertar da consciência, o florescer do senso comum, do altruísmo. Não há retrocesso nesse caminho. Segundo Robert Happé, a consciência é a grande resposta para todas as questões do mundo, assim como, segundo Buda, a ignorância é a causa de todo nosso sofrimento.

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A cultura global está sendo reiniciada, governos desafiados, negócios com novas exigências sociais. O mercado de trabalho está de fato sendo automatizado e digitalizado, e a vida pessoal adquire tons de minimalismo e essencialismo. Consumo consciente agora é para valer. Podemos ter um vida confortável e barata, eu já falava isso em 2016, e agora é só uma questão de adaptação inteligente.

O que já está morto não tem mais possibilidade de transformação, especialmente os modelos de vida e trabalho de antes da pandemia. Criamos um mundo caótico, uma rotina doente e uma obsessão pela vida material. E se descobrirmos que os ricos e bem-sucedidos tão admirados de antes podem ser os grandes fracassados do planeta? E se descobrirmos que ser famoso é escravizante e que bom mesmo é o anonimato.

Há perdas e oportunidades. Teremos que entender os modelos digitais, tomar decisões e fazer renúncias. Negócios que já iam mal antes da pandemia sucumbiram. Quem não conseguiu se adaptar até agora, talvez devesse considerar a interrupção e novas tentativas. Quem prosperou, não esqueça que os ciclos são cada vez mais curtos, e ninguém permanece em alta muito tempo. E se a grand finale da pandemia for o aumento da consciência coletiva até um nível mínimo aceitável, que possibilite a harmonia entre o planeta e o homem?

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