Foram anunciados na noite desta terça-feira, 24, na Proeza Beer, com transmissão pela internet, os 18 filmes selecionados para a Mostra Competitiva do 3º Festival Santa Cruz de Cinema. Ao todo, foram 603 filmes inscritos, vindos de 23 estados brasileiros e também do Distrito Federal.
Professor na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e um dos organizadores do evento, Rudinei Kopp afirma que a organização foi surpreendida pela quantidade de inscritos. “Nossa expectativa não era das melhores, depois que decretamos que a mostra seria online, porque seria impossível fazer ela presencial. Mas o retorno acabou sendo muito positivo, ficou bem acima do que a gente imaginava.” Na segunda edição, em 2019, foram inscritas 613 produções.
Em um ano especialmente difícil para o setor cultural, diante do cancelamento de eventos e muitas atividades, por causa da necessidade de prevenção ao novo coronavírus, a oferta de premiação em dinheiro aos vencedores pode ter atraído inscritos para o Festival de Cinema de Santa Cruz.
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“Uma das coisas que levamos em consideração foi isso: é um ano complicado para quem vive da produção artística e cultural e valores que normalmente seriam para passagens aéreas, hospedagem, nós transformamos em prêmios em dinheiro”, explica o professor Rudinei Kopp. Ao todo, serão distribuídos R$ 14 mil a título de premiação.
Roberta Pereira, gerente da unidade local do Sesc, que participa da organização, lembra que nas duas edições anteriores não houve prêmios em dinheiro. “Os filmes que ganharem as 13 categorias vão ganhar um prêmio em dinheiro, que a gente não deu nos anos anteriores. Mas esse ano, justamente pelas dificuldades que o setor passa, que os artistas passam, a gente pensou que não teria vários gastos com o evento presencial, então a gente resolveu fazer isso”, explica.
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Coube a Diego Tafarel, da Pé de Coelho Filmes, um dos organizadores do festival, anunciar os finalistas desta edição, no evento desta terça-feira, 24. Antes de revelar a lista, ele destacou o ano difícil que foi 2020 para a Cultura. “Espero que todo o mundo resista. O cinema vai resistir”, afirmou.
Nacionais
Marie, de Léo Tabosa – PE (Ficção)
Amanhã, de Aline Flores e Alexandre Cristófaro – SP (Ficção)
O véu de Amani, de Renata Diniz – DF (Ficção)
Adalgiza, de Carmen Furbino – SP (Ficção)
Chamada a cobrar, de Edson Ferreira – ES (Ficção)
Apneia, de Carol Sakura e Walkir Fernandes – PR (Animação)
Atordoado, eu permaneço atento, de Henrique Amud e Lucas Rossi – RJ (Documentário)
Neguinho, de Marçal Vianna – RJ (Ficção)
Traçados, de Rudyeri Ribeiro – PA (Ficção)
Perifericu, de Nay, Rosa, Stheffany e Vita – SP (Ficção)
Inabitáveis, de Anderson Bardot – ES (Ficção)
4 bilhões de infinitos, de Marco Antonio Pereira – MG (Ficção)
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Gaúchos
Bochincho o Filme, de Guilherme Suman – Porto Alegre (Ficção)
Dois homens ao mar, de Gabriel Motta – Porto Alegre (Ficção)
Peitaço, de Maria Rita Dias e Débora Lemos – Lajeado (Documentário)
Construção, de Leonardo da Rosa – Pelotas (Documentário)
A maior locadora do mundo, de Matheus Mombelli – Porto Alegre (Documentário)
O que pode um corpo, de Victor di Marco e Márcio Picoli – Porto Alegre (Documentário)
Neste ano, a homenageada é a atriz Léa Garcia, que possui mais de seis décadas de atuação em cinema, televisão e teatro. Já no prêmio Tuio Becker, os agraciados são os diretores, roteiristas e produtores porto-alegrenses Filipe Matzembacher e Márcio Reolon.
Os filmes selecionados estarão disponíveis para serem assistidos pelo público por meio do site do festival entre os dias 7 e 10 de dezembro. A programação de cada noite também vai contar com transmissões ao vivo de bate-papos com os idealizadores do festival e os produtores dos filmes concorrentes.
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No dia 11 acontece a cerimônia de premiação – sem público e com transmissão pela internet –, quando serão anunciados os vencedores das seguintes categorias: Melhor Filme, Melhor Filme pelo Júri Popular, Melhor Filme Gaúcho, Ator, Atriz, Direção, Direção de Fotografia, Direção de Arte, Roteiro, Montagem, Trilha Sonora e Desenho de Som. Além de prêmios em dinheiro, os ganhadores receberam o troféu Tipuana.
Diego Tafarel explicou que os ganhadores serão escolhidos por um júri técnico. “A gente vai ter um júri oficial, composto por três pessoas. Este júri vai analisar as diversas categorias e votará”.
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O troféu Tipuana – uma referência às árvores que formam o túnel verde da Floriano, um dos cartões postais de Santa Cruz – que é entregue aos vencedores do Festival de Cinema, foi criado pelo professor e designer Rudinei Kopp. A escultura é feita em bronze.
Em rápida manifestação durante o evento de divulgação dos selecionados para a mostra competitiva do festival, nesta terça-feira, 24, o atual presidente da Câmara de Vereadores de Santa Cruz e vice-prefeito eleito do município, Elstor Desbessell (PL) garantiu que o próximo governo municipal vai apoiar o setor cultural. Desbessell disse que, apesar da proposta de promover uma reforma administrativa e reduzir o número de secretarias, a pasta de Cultura – criada na atual gestão, em 2019 – será mantida.
O Festival Santa Cruz de Cinema é realizado pela unidade santa-cruzense do Serviço Social do Comércio (Sesc), pela produtora Pé de Coelho Filmes e pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Conta com patrocínio da JTI e da Unimed Vales do Taquari e Rio Pardo.
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