O diretor do Hospital Santa Cruz (HSC), Vilmar Thomé, encerrou um ciclo de dez anos no comando da instituição de saúde. O anúncio foi feito pelo presidente da mantenedora, a Associação Pró-Ensino em Santa Cruz do Sul (Apesc), Rafael Henn, também reitor da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). A função de Thomé passa a ser exercida pelo pró-reitor acadêmico, Rolf Fredi Molz.
A troca do comando não significa, no entanto, uma saída imediata do gestor. De acordo com Henn, em entrevista coletiva concedida nessa terça-feira, 13, Thomé continuará no HSC como interlocutor com os entes públicos, como uma forma de manutenção dos contratos e garantia de captação de recursos, que é feita até o fim do ano com vistas a 2025. A partir de janeiro, o profissional deixará de ter vínculo com o hospital – ele optará pelo sistema do pedido de demissão voluntária, após estar em funções de gestão das instituições desde 1987.
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Henn explicou que a mudança faz parte do processo de governança da Apesc. “Não foi uma decisão de hoje para amanhã. É algo que vem de uma transição e está sendo construído há tempo”, contou. Reforçou o domínio de Thomé na contratualização com o Município, que tem o conceito de saúde plena (é responsável pela gestão econômica da área), além do potencial de diálogo com instituições como a 13ª Coordenadoria Regional de Saúde e a Secretaria Estadual da Saúde.
Molz, que tem conhecimento nas áreas de tecnologia, gestão e marketing, admite que será um grande desafio e garante esforço no desenvolvimento da prestação de serviços em saúde e também educação, já que o HSC recebe alunos dos cursos da Unisc. Essa característica foi destacada pelo reitor como um diferencial, além do fato de se tratar de uma instituição comunitária.
“A Apesc poderia vender o hospital, diante das dificuldades de manutenção dos órgãos de saúde de todo o País, mas se isso fosse concretizado ele deixaria de ser comunitário, perdendo essa essência”, afirmou.
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O Hospital Santa Cruz, assim como boa parte das instituições comunitárias de saúde, vive em busca de maior captação de recursos para sua manutenção. Segundo Vilmar Thomé, houve um déficit acentuado entre os anos de 2015 e 2019, com o término de incentivos. Mais recentemente o governo do Estado criou o Programa Assistir, que tem sido um importante auxílio, retomando, afirma Thomé, os níveis históricos. Ainda assim, é preciso cuidado especial para conseguir atender três blocos do orçamento do HSC, que são o custeio; o suporte da Unisc – pela parceria – e os recursos extras que, muitas vezes, vêm pelas emendas parlamentares.
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Rafael Henn confirmou que a entidade tem uma gestão operacional estável, com tendência a melhora. A instituição trabalha com a possibilidade de conversação com outros municípios, pois faz um atendimento regional, mas não teria essa contrapartida efetiva de todos. Até o fim do ano, também será intensificada a busca de recursos em Brasília, de olho no orçamento de 2025.
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Mestre e doutor em Ciência da Computação, Rolf Molz é especialista em Gestão Universitária e está há 29 anos na Unisc, 13 deles como coordenador de graduação e pró-reitor acadêmico. Participou do trabalho de transformação da universidade e coordenou a comissão responsável pelos processos seletivos, liderando equipes especialmente com vistas à transformação digital. Foi coordenador-adjunto do Programa de Mestrado em Sistemas e Processos Industriais e coordenador de curso por diversos mandatos.
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