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HISTÓRIA

Conheça Murta, uma das comunidades mais antigas da região Centro-Serra

Foto: Victor Paranhos

Dentre as tantas belezas naturais escondidas no município de Passa Sete, uma histórica comunidade da região se esconde em meio a grandes matas nativas e um relevo caracterizado principalmente por montanhas, morros e vales. Muito conhecida pela sua tradicional Festa do Divino, a localidade de Murta, interior de Passa Sete, localiza-se a 18 quilômetros da sede municipal. Possuindo um grande potencial turístico, a comunidade conta com diversos riachos, cascatas e antigas reservas de araucárias, que são muito comuns na região. A economia do local está baseada principalmente na agropecuária, produzindo produtos como fumo, feijão, soja, milho e criação de gado de corte e leiteiro.

Segundo o antigo morador da localidade, Sabino dos Santos Vieira, de 79 anos, que possui registros de pesquisas sobre a história do lugar, a comunidade surgiu por volta de 1840, quando se estabeleceram ali os primeiros moradores: João Maria Rodrigues de Moraes, Pedro Balina, João Balina, Bernardo Macedo e família Prado, que tinham como principais culturas o cultivo de erva-mate, cevada, cana-de-açúcar, trigo, milho e arroz.

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De acordo com Sabino, o nome da localidade veio de uma grande árvore da variedade murta (Murraya paniculata), nativa do Sul da Índia, que existia ali. “A localidade ganhou o nome de Murta, por conta de uma respeitada árvore da espécie, que se localizava em um morro na propriedade de Bernardo Macedo, hoje terras da família Lopes”. Sabino conta que, “existiam muitas árvores da espécie no local, porém, esta murta era a maior dentre todas e era considerada a mãe de todas as outras”. A enorme planta ali existente, tornou-se ponto de referência, “muitos tropeiros e viajantes pousavam debaixo daquela murteira, a árvore virou um ponto de referência, o lugar foi batizado como a maior murta que existia no lugar, o qual passou a ser referido com o nome de Murta”, finaliza Sabino.

Sabino Santos Vieira, antigo morador da comunidade | Foto: Victor Paranhos

A turismóloga Paola Katriny Rech destaca que a localidade tem um grande potencial turístico e ainda busca desenvolver um plano turístico no local. “Existe um grande potencial para o turismo rural e ecoturismo na região, devido suas várias trilhas e belezas naturais. E ainda existe também a parte do turismo religioso no local, com a tradicional Festa do Divino, que recebe muitas pessoas de fora. Tentaremos desenvolver um projeto referente ao turismo, pois ali não temos um produto pronto, o único produto ativo é a Festa do Divino, que acontece uma vez por ano. Então iremos explorar o turismo rural e o ecoturismo, para ver o que se pode fazer ao longo dos próximos anos”, destaca Paola.

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De acordo com a secretária municipal de Educação, Cultura, Turismo, Desporto e Lazer de Passa Sete, Sinéia Donisete Bellini Rech, a comunidade de Murta tem um importante papel no desenvolvimento do município. “Ela tem um grande potencial, tanto na parte econômica, como cultural na história de Passa Sete”. Segundo a secretária, “a comunidade procura realizar uma divulgação do nome Passa Sete, através de suas várias belezas naturais, sua antiga história e seu grande destaque na parte religiosa, onde leva o nome do município para toda a região”.

História religiosa da localidade

Segundo pesquisas realizadas pelo seminarista da Diocese de Cachoeira do Sul e acadêmico de Teologia, Vanuti Cremonese, a história religiosa de Murta teve início no ano de 1915, quando Bernardo Macedo teria buscado uma imagem do Divino Espírito Santo em Sinimbu. A partir daí, sua casa se tornou um lugar de devoção e oração.

No ano de 1950 foi construída a primeira capela de madeira, que por muitos anos foi utilizada também como escola. Esta capela foi arrancada do lugar devido a um severo temporal, porém foi reerguida pelos devotos do Divino.

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Capela de madeira e de alvenaria

Logo após, no ano de 1951, a comunidade recebeu a visita do bispo diocesano de Santa Maria, Don Antônio Reis, acompanhado dos padres Luiz Hoffmann e Beno Reis. Esta celebração contou com 325 crismas e 24 batizados. Neste mesmo ano, no mês de maio, ocorreu uma procissão, missa e uma festa em honra ao padroeiro.

Em 1986 foi inaugurada a atual capela de alvenaria, que foi construída com a cooperação dos fiéis. No ano de 2013 houve uma reforma interna, na qual foi colocado um conjunto de Cruz, pilares, sacrário, altar e ambão de mármore. Nesse mesmo ano foi erguido na frente da capela um monumento em honra ao Divino Espírito Santo.

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