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SEMANA DO MEIO AMBIENTE

Conheça as áreas de risco de Santa Cruz do Sul

Foto: Albus Produtora

O trecho final da Rua Irmão Emílio é rodeado pelo Rio Pardinho e, por essa razão, é um espaço que costuma registrar inundações e enchentes durante chuvas mais fortes

Santa Cruz do Sul é um município cujo relevo chama a atenção de seus visitantes. Isso porque há diversos morros dentro da extensão do Cinturão Verde, vias com aclives acentuados, como a Rua Peru, no Bairro Pedreira, e regiões de planície extensa, como a região do Bairro Várzea. Com tantos locais distintos, é natural que existam algumas áreas de risco, seja para enchentes ou para deslocamento de massa, o chamado deslizamento de terra.

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Diante desse cenário, a Defesa Civil atua diariamente no monitoramento de diversos locais na zona urbana do município com o objetivo de acompanhar a evolução do nível dos cursos d’água e possíveis movimentações de rochas ou terra nos morros. Os locais de maior risco são o trecho final da Rua Irmão Emílio, no Bairro Várzea, na área conhecida como Praia dos Folgados, e também nas encostas do Bairro Belvedere, sobretudo na Rua Antônio Assmann.

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Ainda assim, o órgão garante que está preparado para eventuais situações de emergência e trabalha sempre de forma preventiva, visando evitar que eventuais desastres naturais causem prejuízos e perigo
à população.

De acordo com a Defesa Civil, a região de Santa Cruz do Sul com maior risco de desastre natural e que, em função disso, exige maior atenção é o trecho final da Rua Irmão Emílio, no Bairro Várzea. As inundações e enchentes são recorrentes na localidade e demandam ação diária dos agentes, que monitoram a subida do nível da água do Rio Pardinho por meio das réguas e ficam atentos à previsão do tempo. “Recebemos todos os dias o boletim da coordenadoria regional e nele consta também um relatório hidrográfico com o nível dos rios. Quando constatamos alteração significativa, já começamos a nos preparar”, detalha o agente Guilherme da Silva.

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Ele explica que o órgão possui também um contato em Sinimbu que informa quando há aumento no volume das águas do Rio Pardinho. “Se lá começa a subir, nós podemos nos preparar porque cerca de seis horas depois começa a subir aqui também.” Essa preparação envolve diversos procedimentos, que vão desde equipar as viaturas com os principais itens necessários durante os resgates até o reforço da equipe com mais agentes na escala. “Vale ressaltar que os moradores vivem lá há muito tempo e já estão acostumados com essa situação. Ninguém é pego de surpresa.”

Ainda nesse sentido de prevenção, a Câmara de Vereadores recentemente autorizou a doação, por parte da Prefeitura de Santa Cruz do Sul, de um sensor de água para a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado. O equipamento será instalado no município de Sinimbu e terá a mesma função de alerta antecipado. O principal objetivo é permitir que as autoridades removam moradores e tomem as devidas providências em caso de cheia do Rio Pardinho.

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Quando acontecem eventos extremos e extraordinários, como as chuvas intensas que atingiram Santa Cruz em janeiro e fevereiro de 2021 e provocaram inundações em diversos bairros, o plano de contingência é acionado. Nesse caso, salienta Silva, um aviso é disparado para dois integrantes de cada secretaria municipal, que fizeram a capacitação básica nacional da Defesa Civil. Recebem, também, Corpo de Bombeiros, Brigada Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal e comando do 7º Batalhão de Infantaria Blindado (7º BIB), entre outros envolvidos. A ideia é deixar todos cientes da gravidade da situação e prontos para colaborar se houver necessidade.

Remoção de moradores resolveu problemas e evitou acidentes

Ao longo dos últimos anos, sobretudo após a construção dos loteamentos Viver Bem, Mãe de Deus e Santa Maria, a remoção dos moradores que viviam em áreas de risco para inundações ou deslizamentos amenizou ou resolveu grande parte dos problemas no município. Silva elenca a Vila Xurupita, no Bairro Margarida; a Rua das Carrocinhas, no Loteamento Beckenkamp; a Travessa Krug, no Bairro Pedreira; e a Travessa Daer, no Bairro Santuário, como os locais onde havia maior demanda por atuação da Defesa Civil e hoje não exigem mais tanta atenção por parte do órgão.

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“Eram casas muito precárias, feitas pelos próprios moradores. Quando dava uma ventania mais intensa, sempre tinha algum chamado por destelhamento ou queda de parede”, afirma. Durante ou após essas intempéries extremas, o trabalho dos agentes é concentrado em atender possíveis feridos ou desabrigados. Depois, quando possível, focam a desobstrução de ruas e outros serviços. “A nossa maior demanda diária são árvores com risco de queda, porque Santa Cruz é uma cidade muito arborizada. Então, quase todos os dias algum morador entra em contato com a gente porque está com medo de um acidente.”

Mesmo não havendo mais moradores na maioria das áreas de risco, a equipe monitora regularmente os pontos onde é possível haver deslocamento de massa. Os locais de maior atenção ficam no Bairro Belvedere, na Rua João Werlang e também na Rua Antônio Assmann, que são vistoriados pessoalmente pelos agentes. “Vamos até lá dia sim, dia não, para ver se não rolaram pedras menores ou ocorreu alguma movimentação que possa indicar perigo, mas aqui não é comum isso acontecer.” Além desses lugares, o Acesso Grasel passa por acompanhamento periódico devido à queda eventual de pequenas pedras.

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Uma dessas situações atípicas ocorreu em agosto do ano passado, quando o deslizamento de um paredão de pedras com grandes dimensões chegou a interromper o trânsito na Rua João Werlang. Apesar do susto, não houve feridos e nem danos a residências na região.

Relatório do CPRM recomenda uma série de ações no município

A Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) – Serviço Geológico do Brasil emitiu em 2016 uma série de sugestões para serem implementadas pelo poder público santa-cruzense. Entre elas estão o monitoramento constante das condições de estabilidade de residências próximas a taludes de corte, encostas com risco de deslizamento e taludes marginais de rios e arroios; avaliação da influência de pontes, pontilhões e canalizações na vazão dos rios e arroios; e ações para preservação de áreas verdes úmidas que possam servir de bacia de amortecimento de cheias, como ocorre no Bairro Várzea.

O relatório concluiu que, na época, cerca de 3,4 mil santa-cruzenses residiam em áreas de risco alto ou muito alto aos processos de risco. Ao longo desses sete anos, boa parte dessas pessoas já foi transferida para moradias populares em loteamentos construídos pela Prefeitura. Por outro lado, o avanço da construção civil sobre o Cinturão Verde e a planície de inundação do Rio Pardinho pode resultar no desenvolvimento de novas áreas.

Inundação é destaque, mas tipologias variam

O Serviço Geológico do Brasil classifica em diferentes tipologias os processos naturais que podem resultar em desastres. Dos 16 setores considerados de risco em Santa Cruz, nove são em função da inundação, dois por perigo de enxurradas e os demais por erosão, queda de blocos ou deslizamento de talude. É importante destacar a diferença entre enchente, inundação, alagamento e enxurrada.

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No primeiro caso, a tipologia é aplicada quando há elevação temporária do nível da água em um canal de drenagem devido ao aumento da vazão ou descarga. Inundação é o processo de extravasamento das águas do canal de drenagem para as áreas marginais (planície de inundação, várzea ou leito maior do rio) quando a enchente atinge a cota acima do nível da calha principal do rio. Alagamento, por sua vez, é o acúmulo momentâneo de águas em uma dada área decorrente de deficiência do sistema de drenagem. Já a enxurrada é o escoamento superficial concentrado de água com alta energia de transporte.

No caso da Praia dos Folgados, na Várzea, e da Rua João Francisco Rauber, no Bairro Santa Vitória, além da inundação, há risco de erosão fluvial e solapamento de margem. O primeiro caso é descrito como remoção e transporte de solo dos taludes marginais dos rios provocados pela ação erosiva das águas no canal de drenagem, enquanto o segundo é a ruptura desses taludes por erosão e ação instabilizadora das águas durante ou logo após processos de enchente ou inundação.

Assim, as áreas de risco de enchente e inundação consideram os terrenos às margens ou cursos d’água ocupados por assentamentos habitacionais precários e sujeitos ao impacto direto desses processos. Como mencionado antes, em muitas delas o Município já executou a remoção dos moradores e isolou as áreas. Cabe à Guarda Municipal a fiscalização para evitar que novas residências irregulares sejam erguidas nesses locais.

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