O universo das letras se encontra em Santa Cruz do Sul. Começou nessa sexta-feira, 22, o 4º Congresso Estadual das Academias das Letras do Rio Grande do Sul, que reúne até o meio-dia deste sábado, 23, escritores e representantes de diversas regiões do Estado. O evento ocorre no auditório do Sindicato dos Bancários (Sindibancários), localizado na Rua 7 de Setembro, no Centro.
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A programação começou com a apresentação das academias presentes, seguida por uma performance da banda Ramal 314, que interpretou uma canção em homenagem ao Cinturão Verde. “É um evento que coloca a literatura em destaque, abordando letras, memória, história e trajetória literária”, afirmou Marli Silveira, uma das coordenadoras do congresso.
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Porto Alegre, Santa Maria e Passo Fundo já sediaram edições anteriores do Congresso das Academias de Letras. Neste ano, o lema escolhido foi Construindo Memória e Aproximando Distâncias, celebrando os 200 anos da imigração alemã no Brasil e os 175 anos em Santa Cruz. Marli ressaltou a importância de trazer o encontro para a cidade.
“O primeiro desafio foi reunir as academias, identificá-las e engajá-las, já que não existe um inventário completo de todas. Temos a certeza de que este congresso deixará um legado significativo para Santa Cruz e para as futuras edições”, afirmou.
Durante a abertura, o também coordenador e ex-prefeito de Santa Cruz, José Alberto Wenzel, refletiu sobre as mudanças no uso da linguagem nos dias atuais. “Palavras como ‘resiliência’ não faziam parte do nosso cotidiano. Quem ouvia falar de ‘novo normal’ há alguns anos? Esse vocabulário reflete as transformações pelas quais estamos passando”, observou.
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No primeiro dia, a programação continuou à tarde com apresentações sobre a história e a trajetória de cerca de 18 academias, cada uma com dez minutos para sua explanação. À noite, ocorreu uma apresentação do trio de cordas da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) na Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB).
O evento conta com o apoio do Sindibancários, SindiTabaco, Unisc, PaisaMundy, IECLB – Comunidade do Centro, Prefeitura de Santa Cruz do Sul e Miller Supermercados.
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O presidente da Academia Rio-grandense de Letras (ARL), o escritor Airton Ortiz, destacou que, no mundo contemporâneo, os livros enfrentam a concorrência de outros meios de informação, como a televisão, a internet e o rádio. Contudo, segundo ele, essas mídias apresentam os fatos de forma fragmentada.
“O livro é a única mídia que permite um aprofundamento real e uma visão contextualizada da realidade”, afirmou o autor natural de Rio Pardo, que se tornou uma referência com suas obras. Reeleito para o comando da Academia pelos próximos dois anos, Ortiz ressaltou que o sucesso do Congresso Estadual das Academias de Letras depende do envolvimento das academias municipais. “Para que isso seja feito com qualidade, as cidades precisam de tempo para se organizarem e planejarem, pois é um trabalho de grande profundidade”, explicou.
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O presidente também frisou a importância de o evento deixar um legado nos lugares onde é realizado. “O congresso precisa criar raízes na cidade-sede”, concluiu.
O congresso encerra-se com a divulgação da Carta de Santa Cruz, documento que reúne um resumo das ações realizadas e algumas recomendações. Durante o encerramento, haverá a posse da nova diretoria da ARL e da presidência da Academia de Letras de Santa Cruz, com Marli Silveira assumindo o cargo.
Esse momento será marcado por um gesto de valorização e incentivo à literatura. Os organizadores também prepararam uma série de atividades para o último dia, com destaque para um passeio histórico-cultural até a Catedral São João Batista.
A prefeita de Santa Cruz do Sul, Helena Hermany, destacou a importância do 4º Congresso Estadual das Academias de Letras na cidade, que reúne escritores e figuras da área cultural. “Muitos escritores aqui presentes já foram homenageados em nossa Feira do Livro. Não importa o tamanho do evento; todos têm sua relevância para nossa cidade, atraindo visitantes de diversos lugares”, afirmou.
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A diversidade cultural também foi ressaltada pela secretária municipal de Cultura, Roberta Pereira. “Tudo isso só é possível graças ao envolvimento das comissões organizadoras com a Prefeitura e as entidades parceiras”, comentou.
Roberta destacou ainda os investimentos no setor cultural. “A cadeia produtiva da cultura não se limita ao artista. Ela movimenta financeiramente toda uma rede, gerando empregos, renda e impostos. As pessoas precisam compreender isso para valorizar cada vez mais a área cultural.”
O atual presidente da Academia de Letras de Santa Cruz, Romar Beling, que também é gestor de conteúdo multimídia da Gazeta Grupo de Comunicações, classificou o congresso como uma coroação para a comunidade. “Leitura e literatura são imprescindíveis. Não consigo imaginar que se possa falar em educação ou civilização sem essas duas coisas. Talvez seja por meio da leitura e da literatura que nos tornemos verdadeiramente humanos”, refletiu. Leia mais sobre o evento no suplemento Magazine desta edição.
Ao final da tarde dessa sexta-feira, houve o anúncio de que o próximo Congresso das Academias de Letras será em Santo Ângelo, em 2026. Depois ocorrerá em Cachoeira do Sul, em 2028.
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