Exemplos de sucesso em favor da preservação ambiental foi o que norteou o primeiro encontro da Semana do Meio Ambiente, em Santa Cruz do Sul, que tem como tema Abrace o Rio Pardinho. A abertura oficial ocorreu no auditório da Procuradoria Geral do Município (PGM) e contou com representantes de empresas e entidades defensoras da causa ambiental.
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A saudação inicial foi realizada pela secretária de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade, Simone Schneider. “Em nome da nossa prefeita Helena Hermany, quero agradecer a todas as pessoas e entidades que estão participando da programação da semana. É mais uma oportunidade valiosa que temos de refletir sobre como o meio ambiente impacta nas nossas vidas, e de como impactamos o meio ambiente. Além disso, poderemos aprofundar nossos conhecimentos técnicos e de vivências, para que possamos buscar soluções criativas e sustentáveis para um meio ambiente mais equilibrado”, declarou Schneider.
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Na sequência, o engenheiro ambiental, Marcelo Luís Kronbauer, da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), falou do Programa Municipal de Pagamento de Serviços Ambientais (PSA). Ele ressaltou a importância de se trabalhar os afluentes do Rio Pardinho, e trouxe como exemplo a bacia do Arroio Urubé. Segundo ele, 27 propriedades rurais que ficam nas imediações do arroio receberam diagnósticos para o programa de PSA, e cerca de 40 hectares podem ser contratados, para conservação e recuperação.
“Se trabalharmos bem o solo, na escala da bacia, combinando a recuperação das matas ciliares com boas práticas de cultivo, isso irá aumentar a infiltração da água e reduzir os impactos de eventos extremos, pois os serviços de regulação providos pelos ecossistemas estarão mais regulados”, disse ele.
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Kronbauer destacou ainda que o programa conta com uma Unidade Gestora, do qual diversas entidades representativas fazem parte, como a Prefeitura de Santa Cruz do Sul, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade – SEMASS e Secretaria Municipal de Agricultura – SEAGRI, o Conselho Municipal de Meio Ambiente e Saneamento Básico, Comitê Pardo, Emater/RS-ASCAR, Afubra, Corsan, UNISC e Philip Morris Brasil.
Representando o Comitê Pardo, a professora Priscila Mariani, especialista do Centro Socioambiental da Unisc, fez uma explanação sobre o trabalho de Gestão das Águas na Bacia do Rio Pardo, realizado pelo Comitê Pardo. “Precisamos pensar em nível de bacia hidrográfica para que tenhamos águas em quantidade e em qualidade”, frisou. De acordo com ela, um estudo foi realizado através de Programa de Ações da sub-bacia do Rio Pardinho, em 2005 e 2018. “Desde então, ocorreram diversas mudanças significativas, alterando muitas características do diagnóstico da bacia” afirmou.
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Mariani ressaltou ainda que, devido às instabilidades do tempo, em que no mesmo ano podem ocorrer estiagem e excesso de chuva, é necessário investimentos em tecnologia. “Temos que pensar em estratégias para atuar com esse novo cenário”, disse.
Por fim, ela citou como exemplo os dois quilômetros do Rio Pardinho que foram diagnosticados e onde foram determinados 10 sub-trechos que precisam de intervenção. Destes trechos, três deles foram revitalizados com técnicas de Engenharia Natural, via Agepardo e sete, via Philip Morris.
Após as recentes inundações, das obras já implementadas, entre 60 e 70% das obras ainda estão presentes e cumprindo com o seu papel, considerando que o evento superou em cinco vezes a intensidade projetada para as obras. “Esse evento extremo nos ensinou muito e validou as ações já implantadas na bacia hidrográfica do Rio Pardo”, pontuou.
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Outro case de sucesso foi apresentado por representantes das empresas fumageiras JTI e BAT Brasil. Pela JIT, o supervisor de frota, Gustavo Sodré de Lima, destacou o projeto implantado desde 2022, em 178 veículos da empresa, com o objetivo de reduzir a emissão de gás carbônico.
“Nossa meta é que 100% dos veículos passem a utilizar o combustível etanol, porque ele gera menos poluição e é fabricado a partir de materiais renováveis”, explicou. Da mesma empresa, também foi apresentado o projeto de Logística Reversa de Bitucas de Cigarro, em funcionamento desde 2022. Segundo JTI, desde que foi implantado, em praças públicas de Santa Cruz e na Unisc, foram recolhidas 60 mil bitucas de cigarro.
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Carolina de Lima, gerente de operações da BAT Brasil, também expôs sobre o trabalho da empresa com relação aos riscos à saúde. Ressaltou que a empresa não destina nada para aterros, e que 99% dos resíduos são recicláveis.
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Nos últimos cinco anos, R$ 12 milhões foram investidos em questões ambientais, em nível global. Gerente Nacional de Produção Agrícola, Vando Oliveira destacou que a BAT Brasil desenvolve programas sustentáveis com os 17 mil produtores integrados. Ele destacou também que, a nível global, a empresa trabalha na conservação de 30 hectares de floresta na Mata Atlântica, e outros 20 hectares foram restaurados.
Coordenador do setor de projetos sociais da Guarda Municipal, Rodrigo Costa também apresentou a iniciativa chamada de Recicla Fardas. A ação consiste em transformar fardas que estão em desuso, dos agentes de segurança, em outros produtos como estojos escolares, ecobags, mochilas, agasalhos para idosos, entre outros.
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Responsável técnico da Fundação para Proteção Ambiental de Santa Cruz (Afupasc), Sebastião Bohner também apresentou números da instituição no que tange à preservação ambiental. Segundo ele, em 2023 foram 870 toneladas de produtos gerenciados. Ao final do evento, a representante do Instituto Lixo Zero, Débora Leonhardt, também deixou sua mensagem. “O que a gente precisa, cada vez mais, é que a informação chegue às pessoas”, resumiu ela.
Outro case de sucesso foi apresentado por uma das coordenadoras da Cooperativa de Catadores e Recicladores de Santa Cruz do Sul (COOMCAT), Vera da Rosa. Ela falou do histórico da cooperativa, que atua no município desde 2010. “Nosso sucesso é não mandar nada para o aterro sanitário”, disse. Ela destacou também o Programa de Educação Ambiental, que deve atingir cerca de três mil alunos da rede municipal. “É mais fácil educar nossas crianças, para que elas possam repassar o que aprendem aos adultos”, afirmou.
No primeiro dia da Semana do Meio Ambiente, atividades também foram desenvolvidas nas Emefs Menino Deus, do Bairro Faxinal Menino Deus, e Guilherme Hildebrand, do Bairro Progresso.
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