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Confira opiniões sobre o decreto que facilita a posse de armas

O presidente Jair Bolsonaro assinou um decreto que facilita a posse de armas de fogo nesta terça-feira, 15. O direito à posse é a autorização para manter uma arma de fogo em casa ou no local de trabalho (desde que o dono da arma seja o responsável legal pelo estabelecimento). Para andar com a arma na rua, é preciso ter direito ao porte, cujas regras são mais rigorosas e não foram tratadas no decreto.

O coronel Valmir José dos Reis, comandante do Comando Regional de Polícia Ostensiva (CRPO), acredita que o cidadão deve decidir se quer ter uma arma ou não. Mas defende que seja totalmente dentro das leis. “Mais de 36% da nossa área de atuação fica no interior. O Estado precisa permitir que as pessoas possam revidar para manter a segurança da família e do patrimônio. Está previsto no artigo 23 do Código Penal. O problema são as armas do mercado negro”, disse.

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O delegado Mauro Lima Silveira, chefe da Polícia Federal de Santa Cruz do Sul, afirma que os critérios para a aquisição de uma arma de fogo são específicos. Segundo ele, há desconhecimento da sociedade sobre o assunto. “A maioria das pessoas nos procura para defender a família e o patrimônio. Se os requisitos forem cumpridos, a liberação acontece. Não existe essa subjetividade que muitos dizem. O debate que gerou é importante. As pessoas estão buscando mais informações”, disse. A procura para registros de armas na região de Santa Cruz em 2018 foi 20% superior em relação à 2017. Em 2018, 1.415 registros foram renovados. Foram cerca de 780 registros novos nos 57 municípios de abrangência da delegacia.

Aline Kerber, especialista em Segurança Pública e diretora executiva do Instituto Fidedigna, disse que é necessário um entendimento da diferença entre posse e porte de arma. “O decreto é específico para a posse de armas, para uma flexibilização. Não para o porte, que é o direito de andar na rua com a arma. Isso será discutido no Congresso”, destacou.

Para ela, o mais impactante do decreto é a questão da autodeclaração de local seguro para guardar a arma, além do papel de um delegado federal, que foi desprezado. “Uma autodeclaração vai passar a ter mais legitimidade do que um delegado. O acesso será facilitado. Mais armas significam mais mortes. Há dados que indicam isso. Não há como escapar”, sublinhou.

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Aline aponta que a posse de armas já era mais facilitada para a população rural desde 2004, quando foi realizado o Estatuto do Desarmamento. “Esperamos pela defesa do estado democrático de direito. O que está acontecendo é uma desresponsabilização pela segurança pública. Dar armas para que as pessoas se resolvam com a sua segurança. É uma amostra de incapacidade do governo. Não é o caminho. Temos altos índices de criminalidade. A cada cem crimes com arma de fogo, apenas oito são esclarecidos”, frisou.

João Caramez

Em 2010, aceitei o convite para atuar como repórter estagiário no Portal Gaz, da Gazeta Grupo de Comunicações. Era o período de expansão do site, criado em 2009, que tornou-se referência em jornalismo online no Vale do Rio Pardo. Em 2012, no ano da formatura na graduação pela Unisc, passei a integrar a equipe do jornal impresso, a Gazeta do Sul, veículo tradicional de abrangência regional fundado em 1945. Com a necessidade de versatilidade para o exercício do jornalismo multimídia, adquiri competências em reportagem, edição, diagramação e fotografia para a produção de conteúdo em texto, áudio e vídeo. Entre as funções, fui editor de País/Mundo e repórter de Geral. Atualmente, sou repórter de Esporte e produzo conteúdo para o site Portal Gaz e jornal Gazeta do Sul. Integro a mesa de debatedores do programa 'Deixa Que Eu Chuto', da Rádio Gazeta FM 107,9, desde 2018. Em 2021, concluí uma pós-graduação em Gestão Estratégica de Negócios pela Ulbra.

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