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Confira oito livros inspiradores para o Dia da Mulher

Livros escritos por mulheres, sobre mulheres, que podem inspirar outras. Entre escritoras nacionais e internacionais, de diferentes épocas e condições sociais, as narrativas desta lista têm como temas a autodescoberta, o luto, a perseverança, a superação e a capacidade de mudar ou de fazer história. Confira uma lista com oito livros inspiradores neste Dia Internacional da Mulher, 8.

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Veja as dicas:

Um Teto Todo Seu (Virginia Woolf)

  • Neste clássico da literatura em língua inglesa, Virginia Woolf aborda o não-lugar das mulheres na produção artística e reflete sobre o ofício da escrita. Ao expor o problema de não haver tantos livros publicados por mulheres, Virginia constrói a tese de que as condições da produção feminina sempre foram mais difíceis. Por exemplo, enquanto era possível aos homens trabalharem em escritórios próprios, onde pudessem se isolar da presença dos filhos para concentrar-se no ofício, às mulheres, cuidadoras do lar, tal ato era privilégio. Apesar dos percalços, a autora levanta importantes questionamentos sociais e inspira mulheres a não desistirem de sua vocação – ainda que não seja a mais esperada para elas.
  • Ed. Nova Fronteira; 120 p.; R$ 24,99.

Minha história (Michelle Obama)

  • Advogada, esposa, mãe, ativista. Michelle Obama, assim como muitas, concilia múltiplos papéis. No best seller Minha História, a ex-primeira dama dos Estados Unidos cativa ao contar, de forma direta e natural, a infância humilde em Chicago, o esforço nos estudos, o trabalho no escritório de advocacia quando foi mentora de Barack Obama, a vida como a primeira-dama negra na Casa Branca, até se tornar uma das mulheres mais influentes do planeta. Como lição, aponta que é sempre possível se reinventar, ainda que os fardos sejam pesados
  • Ed. Objetiva; 464 p.; R$ 59,92.

O Escravo (Carolina Maria de Jesus)

  • Consagrada por Quarto de Despejo, onde narra sobre uma mulher, negra e periférica, inspirada em sua própria vivência na favela do Canindé, na Zona Norte de São Paulo, Carolina Maria de Jesus enfrentou o preconceito da classe literária mesmo quando estava no topo. Cobrou-se que seguisse escrevendo em tom memorialista, a despeito do seu desejo de colocar-se também como escritora de ficção. Só postumamente foi possível apresentá-la por esse outro viés literário. Em O Escravo, lançado em 2023, Carolina apresenta a história de dois jovens de classes sociais distintas que enfrentam percalços no caminho do amor – com a tese de que a própria condição desse amor é uma forma de escravidão. As frases simples e poéticas de sua literatura também estão presentes. A naturalidade das suas metáforas emocionam quem costuma encarar a vida com um olhar distraído: por exemplo, o amor do casal foi crescendo “igual sol quando vai inclinando-se no espaço”.
  • Ed. Companhia das Letras; 208 p.; R$ 64,90.

Só garotos (Patti Smith)

  • Nesta autobiografia, o leitor conhece a história de Patti Smith antes de se tornar a cantora, poeta e escritora que veio a ser conhecida como um dos símbolos da contracultura norte-americana. Ela mostra que sua sensibilidade artística veio ainda da infância, e narra o encontro que teve com outra alma sensível, o fotógrafo Robert Mapplethorpe, com quem compartilhou artes, sonhos, uma vida de escassez e um quarto no lendário Chelsea Hotel, em Nova York. O período que conviveu com Robert foi inspirador em sua trajetória e nos projetos futuros. Uma narrativa que mostra a importância de se valorizar os bons encontros que a vida proporciona.
  • Ed. Companhia das Letras; 280 p.; R$ 64,90.

Extraordinárias: Mulheres que revolucionaram o Brasil (Duda Porto de Souza e Aryane Cararo)

  • As escritoras Duda Porto de Souza e Aryane Cararo apresentam uma série de perfis de mulheres que fizeram a diferença na história do Brasil. Escritos de forma leve e informativa, os perfis são uma porta de entrada para conhecer e admirar as realizações de mulheres que mudaram o curso de suas vidas e o destino de outras, como Bertha Lutz – representante do movimento sufragista do Brasil – a líder indígena Sônia Guajajara, a escritora Pagu, entre outras.
  • Ed. Seguinte; 345 p.; R$ 47,50.

Olhos d’água (Conceição Evaristo)

  • Neste livro de contos, o destaque fica para as diferentes protagonistas negras costuradas pela escritora mineira. A partir de sua escrevivência, Evaristo dá luz para mulheres que lutam por sobrevivência em meio às desigualdades sociais. Um dos destaques é o conto homônimo, em que a narradora acorda se questionando: “De que cor eram os olhos de minha mãe?” – o fato de não lembrar-se é uma reivindicação pela memória dos seus. O livro, de narrativa fluída, foi vencedor do Prêmio Jabuti em 2015 e promove reflexão sobre vidas que são profundamente marcadas pelas condições sociais do País.
  • Ed. Pallas; 116 p.; R$ 32.

Rita Lee: Outra Autobiografia (Rita Lee)

  • Após a Autobiografia (2016) que celebrava uma vida bem-sucedida na carreira e no amor, Rita Lee segue encantando em sua Outra Autobiografia. O livro-diário, lançado postumamente em 2023, foca-se no momento em que a cantora descobre o câncer. O convívio com a doença e o hospital poderiam tornar o livro melancólico, mas esse não é – e nem nunca foi – o caminho escolhido por Rita Lee. Prefere, ao contrário, passar por processos difíceis com a autoconsciência e o autodeboche que lhe são comuns. Um livro que provoca risos e lágrimas, e expõe o íntimo de uma mulher de personalidade forte diante da doença, da passagem do tempo e de outras coisas da vida.
  • Ed. Globo Livros; 192 p.; R$ 64,90.

O Ano do Pensamento Mágico (Joan Didion)

  • Nesta obra, a famosa jornalista e ensaísta Joan Didion volta o olhar não para os processos culturais que mudaram sua geração, como se tornou célebre, mas para sua própria vivência, ao narrar a morte repentina do marido e a doença da filha. Em um processo memorialístico, no qual passa pela negação à sensação de solitude, o livro é doloroso e, ao mesmo tempo, inspirador, ao narrar a jornada da escritora pelo luto – processo universal, ainda que profundamente individual – e, posteriormente, pelos recomeços naturais da vida.
  • Ed. HarperCollins; 240 p.; R$59,90.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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