Desde que extrapolou as fronteiras da África em maio, a varíola dos macacos (monkeypox) já se espalhou por 65 países e infectou quase 10 mil pessoas, segundo um recente relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil já foram contabilizados 592 casos, a maioria em São Paulo, mas especialistas acreditam que o vírus esteja mais espalhado, em meio às dificuldades de teste e diagnóstico. A doença foi identificada pela ciência em 1958, mas agora médicos e pesquisadores tentam entender as causas da velocidade do novo surto. E debatem a melhor forma para conter essa ameaça sem aumentar o estigma sobre os grupos mais vulneráveis ao vírus.
A médica infectologista Manoela Vaucher explica que a doença é causada pelo vírus monkeypox, que faz parte da mesma família do vírus da varíola. Os sintomas são semelhantes aos da varíola, porém mais leves, e a monkeypox raramente é fatal. “Esse vírus se mantinha endêmico (circulando) em alguns países da África, mas o surto atual é causado pelo subtipo Clado 2b do monkeypox e tem apresentado uma manifestação diferente dos países africanos”, afirma.
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Manoela ressalta que os principais sintomas são lesões de pele localizadas na região genital (pênis, testículos e vagina) ou anal, mas também podem estar em outras áreas, como mãos, pés, peito, rosto ou boca. As lesões são profundas e bem circunscritas, muitas vezes com umbilicação central. Elas passam por alguns estágios sequenciais – máculas, pápulas, vesículas, pústulas e crostas – que podem ser confundidos com outras doenças como sífilis, herpes e varicela zoster.
“Mas também pode ter outros como febre, calafrios, mal-estar, linfadenomegalia, cansaço, dores musculares e dores nas costas, dor de cabeça e dor de garganta. Alguns pacientes podem inclusive não ter lesões de pele e apresentar apenas proctite com dor e sangramento em região anal. Crianças, gestantes e pessoas imunossuprimidas podem ter manifestações mais graves.”
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A varíola dos macacos tem cura. De forma geral, não é necessário tratamento específico, já que o vírus costuma ser eliminado pelo próprio sistema imunológico após quatro semanas. No entanto, em alguns casos, para acelerar a cura, o médico pode indicar o uso de medicamentos específicos.
“Em caso de contato com alguém doente ou ainda se tiver suspeita de infecção, é necessário procurar um médico infectologista para seguir as orientações corretas sobre o diagnóstico, tratamento e isolamento. As principais medidas são o cuidado adequado com as lesões de pele e uso de sintomáticos. A maioria dos pacientes são adultos e eles não precisaram de hospitalização. É importante salientar que a pessoa pode ter outra doença sexualmente transmissível associada, que pode requerer tratamento”, recomenda Manoela.
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A transmissão ocorre através de contato próximo, pessoal, muitas vezes pele a pele, incluindo:
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“Ainda está sendo esclarecido se o vírus pode ser transmitido quando alguém não apresenta sintomas, a frequência da transmissão através de secreções respiratórias e se ocorre transmissão pelo sêmen, fluidos vaginais, urina ou fezes”, complementa a infectologista.
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