É possível reconhecer o trabalho de certos cineastas por traços característicos da sua obra, principalmente quando eles também atuam como roteiristas, seja no enredo ou na estética. Nos filmes de Woody Allen, por exemplo, há a neurose sempre presente. Nos de Wes Anderson, a simetria sempre perfeita. Nos do indiano M. Night Shyamalan, o principal traço talvez sejam as reviravoltas surpreendentes ao final.
O diretor está em cartaz em Santa Cruz do Sul com o filme Vidro, uma sequência para dois de seus trabalhos anteriores, Corpo Fechado (2000) e Fragmentado (2016). Ambos os filmes de origem têm reviravoltas marcantes, assim como outros trabalhos do cineasta, como O Sexto Sentido (1999) e A Vila (2004). A seguir, relembre algumas dessas surpresas. Mas tenha cuidado, afinal, o texto contém spoilers.
Filmes
O Sexto Sentido (1999) – Estrelado por Bruce Willis e por um Haley Joel Osment ainda criança, o filme chegou a concorrer a seis prêmios do Oscar. Na trama, o psicólogo infantil Malcolm Crowe, vivido por Willis, só percebe ao final, e junto com o público, que esteve morto o tempo inteiro, mesmo com o garoto Cole, papel de Osment, dizendo em vários momentos uma frase que se tornou marcante: “Eu vejo gente morta”.
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Corpo Fechado (2000) – Se, no filme, o personagem David Dunn, também vivido por Bruce Willis, torna-se um super-herói poderoso, é necessário que alguém se torne um supervilão. No longa, o antagonista é Samuel L. Jackson, no papel do amigo de Dunn, Elijah Price, que revela a grande reviravolta: “Nos quadrinhos, sabe como você pode dizer quem será o arqui-inimigo? Ele é o exato oposto do herói”.
Sinais (2002) – Clássico do início dos anos 2000, o thriller é sobre uma invasão alienígena que acaba de uma forma totalmente imprevista. Os mesmos extraterrestres que viajaram até a Terra são mortalmente alérgicos a água.
A Vila (2004) – O público passa o tempo inteiro imaginando que o grande elenco, composto por Bryce Dallas Howard, Joaquin Phoenix, Adrien Brody, William Hurt e Sigourney Weaver, está no século 19. Mas não, eles estavam nos dias modernos. Desde o início.
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Fim dos Tempos (2008) – Estrelado por Mark Wahlberg, apresentava uma misteriosa praga que fazia as pessoas infectadas cometerem suicídio. Ao final, porém, descobre-se que a “praga” não é uma doença, e sim a natureza tentando se livrar dos seres humanos.
A Visita (2015) – Os jovens Becca (Olivia DeJonge) e Tyler (Ed Oxenbould) não poderiam imaginar que os seus avós, a quem haviam acabado de conhecer, na verdade eram dois loucos fugidos do hospício, que mataram os verdadeiros parentes deles para tomar seus lugares.
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