A última indicação de lançamentos de livros de 2019 do Mix tem como propósito sugerir alternativas de leitura para o período de veraneio, já prevendo a época das férias ao longo de janeiro e fevereiro, para começar o novo ano bem-informado e atualizado em relação a temas, títulos e autores. Das novidades apresentadas pelas editoras nacionais nas últimas semanas, selecionamos cinco títulos em diferentes gêneros, de ficção e não ficção. Assim, entre literatura nacional e estrangeira, entre reportagem, biografia e memória, os dias com mais disponibilidade de tempo para o lazer e o descanso podem se traduzir também em conhecimento e expansão do olhar de mundo. Do gaúcho Caio Fernando Abreu ao cubano Leonardo Padura, do norte-americano Benjamin Moser às reportagens extensas de Ferdinando Casagrande e Gilberto Nascimento, há excelente conteúdo. Garanta seu exemplar, conforme a área de interesse, e boa leitura!
Jornal da Tarde: uma ousadia que reinventou a imprensa brasileira, de Ferdinando Casagrande. Rio de Janeiro: Record, 364 p. R$ 52,90. Tendo circulado entre 4 de janeiro de 1966 e 31 de outubro de 2012, o Jornal da Tarde, ou simplesmente JT, foi por quase cinco décadas uma das principais referências na comunicação brasileira. O jornalista Ferdinando Casagrande, paulistano que se iniciou na profissão em 1990, com passagens justamente pelo JT, estreia na publicação em livro com o resgate da trajetória de quase cinco décadas deste veículo. O JT na origem foi concebido e idealizado por Mino Carta, mas subsistiu graças à aposta da família Mesquita, tendo o diretor Ruy Mesquita à frente. Para jornalistas, estudantes e leitores saudosistas de um dos tempos áures do jornalismo brasileiro, é uma leitura essencial.
Sontag: vida e obra, de Benjamin Moser. Tradução de José Geraldo Couto. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. 704 p. R$ 109,90. Há dez anos o escritor e historiador norte-americano Benjamin Moser, 43 anos, lançou a elogiada biografia de Clarice Lispector, o livro Clarice, editado no Brasil pela extinta CosacNaify. Agora, chega com nova biografia de personalidade feminina igualmente referencial. Sontag: vida e obra recupera a trajetória da escritora e intelectual norte-americana Susan Sontag, falecida em dezembro de 2004, aos 71 anos. Agraciada com importantes prêmios literários, como o National Book Award, em 2000; articulista respeitada, foi ainda ativista em favor dos direitos humanos. Entre suas obras destacam-se Ensaio sobre fotografia e os romances O amante do vulcão e Na América.
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Morangos mofados, de Caio Fernando Abreu. São Paulo: Companhia das Letras, 192 p. R$ 49,90. O escritor gaúcho Caio Fernando Abreu, natural de Santiago e que estava radicado em Porto Alegre em seus últimos anos de vida (faleceu em 25 de fevereiro de 1996, aos 47 anos), tem sua obra reeditada pela Companhia das Letras. Em 2018 a editora já havia lançado o livro Contos completos, com seis títulos do autor: Inventário do ir-remediável, O ovo apunhalado, Pedras de Calcutá, Morangos mofados, Os dragões não conhecem o paraíso e Ovelhas negras. Agora chega edição específica de Morangos mofados, com posfácio assinado pelo escritor, jornalista e crítico literário José Castello. Lançado em 1982, é conhecido como o mais famoso livro de Caio, que lhe rendeu, na ocasião, o prêmio de Melhor Livro pela revista IstoÉ.
O reino: a história de Edir Macedo e uma radiografia da Igreja Universal, de Gilberto Nascimento. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. 384 p. R$ 59,90. A Igreja Universal do Reino de Deus, ou Universal, como é nomeada no Brasil, fundada em 9 de julho de 1977, tem o pastor carioca Edir Macedo como principal liderança. O jornalista Gilberto Nascimento recupera essa trajetória, de uma das mais poderosas instituições religiosas do País. Com mais de 10 mil templos em todos os estados e em quase cem países, é referência da religiosidade contemporânea. Aos 74 anos, Macedo divide-se entre as funções de televangelista, escritor, teólogo e administrador do enorme complexo que criou, e que o coloca como detentor de uma fortuna de US$ 1,1 bilhão, segundo a revista Forbes, em dados de 2015.
O romance da minha vida, de Leonardo Padura. Tradução de Monica Stahel. São Paulo: Boitempo, 2019. 336 p. Um dos principais nomes da literatura cubana na atualidade, Padura, 64 anos, é conhecido a partir do sucesso internacional de seu romance O homem que amava os cachorros, de 2009. Agora a editora Boitempo, que responde por sua obra no País, traz novo romance histórico, centrado em sua terra natal. Depois de viver por 18 anos no exílio, Fernando Terry é autorizado a retornar a Cuba por um mês, oportunidade para ter contato com a lendária autobiografia desaparecida do poeta romântico José Maria Heredia. Mas o pano de fundo é o seu próprio passado, pois foi expulso da universidade à qual estava vinculado. Duas histórias, a de Heredia, o objeto de estudo, e a de Terry, o estudioso, se misturam.
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