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Confira a avaliação das escolas públicas de Santa Cruz no Ideb

Com brilho nos olhos e orgulho estampado no rosto, o supervisor da Escola Estadual de Ensino Médio Ernesto Alves de Oliveira, Emerson Dias Silveira, comemora a superação da expectativa do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e, mais do que isso, o destaque como melhor desempenho entre as públicas de Santa Cruz do Sul. Em pouco menos de dois anos, o trabalho começa a dar os primeiros frutos e as notas 7.2 para 4ª série/5º ano e 5.8 para 8ª série/9º ano vieram para consolidar o caminho escolhido pela escola. Os resultados da prova, realizada em 2015, saíram nesta semana. Na avaliação anterior, as notas haviam sido negativas.

A fórmula do Ernesto Alves é – por incrível que pareça – deixar de lado as teorias mais modernas da área da educação e apostar na identificação de fragilidades, no planejamento contínuo, em práticas mais dinâmicas e estímulo à interpretação autônoma. De acordo com Silveira, a escola tem se posicionado “como um local próprio para a construção de conhecimento”. Nesse sentido, desde 2014, a equipe vem dando subsídios aos alunos para que aprendam a desvendar o mundo fora da sala de aula. O primeiro passo é, segundo o supervisor, aprender a resolver e se sair bem em avaliações externas. Isto é, em testes como o Ideb e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Uma das estratégias é mostrar para os alunos, mesmo os mais jovens, que há concorrência lá fora

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Em reuniões periódicas, o método é constantemente avaliado e a necessidade de manter os pés no chão é opinião unânime entre o corpo docente. “Estamos focados no desenvolvimento de competências e habilidades exigidas pelo MEC e pelo mundo”, aponta. Silveira explica que, desde os anos iniciais, os alunos aprendem sobre a concorrência no mercado e do que é preciso para estar entre os melhores. “Talvez não seja exatamente o que gostaríamos, mas eles precisam estar preparados, com conhecimento, ética e valores aprendidos na família e na escola”, afirma.

Entender como é o processo de aprendizagem dessa geração, conforme Silveira, é mais desafiador do que a crise econômica, já que a escola dispõe de recursos físicos e tecnológicos de qualidade. No entanto, obter engajamento de crianças de 12 anos requer malabarismos dos professores. Por isso, outro segredo do supervisor é elevar a auto-estima dos docentes, oferecendo apoio e possibilidade de divulgar os bons resultados. “O nosso trabalho vai ter resultado a médio e longo prazo, mas já temos certeza de que achamos o caminho certo.” Os resultados no Ideb confirmam isso.

ENTENDA

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O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) teve seus números divulgados na última quinta-feira. A avaliação foi criada em 2007, levando em conta Língua Portuguesa e Matemática. As metas são projetadas para cada escola com base, principalmente, no desempenho nas provas anteriores. O mesmo cálculo é utilizado para chegar às médias das metas em municípios, estados e no País. O índice é medido por meio da aplicação da Prova Brasil. O objetivo do programa é medir a qualidade da aprendizagem dos alunos, com o estabelecimento de metas para a melhoria da educação brasileira.
 

CONFIRA A AVALIAÇÃO DAS ESCOLAS PÚBLICAS NO IDEB
 

MELHORES NOTAS VIERAM DAS ESCOLAS ESTADUAIS

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Na rede pública, a estadual teve as melhores notas do Ideb em Santa Cruz do Sul na classificação de 4ª série/5º ano. A diferença entre a média das estaduais (6.3) para a nota da rede municipal (5.6) chega a quase um ponto. Contudo, o número reduzido de escolas municipais participantes na avaliação dos anos finais deixou a média da categoria 0.1 à frente das estaduais.

Em Santa Cruz, das 17 escolas mantidas pelo Estado, 13 atingiram a meta para 4ª série/5º ano. Duas instituições não participaram da Prova Brasil e, portanto, não foram avaliadas. Outras duas tiveram desempenho abaixo do esperado. Oito educandários mantêm, desde 2007, a nota dentro da expectativa. Já na 8ª série/9º ano, Santa Cruz contou com 19 colégios na avaliação. Destes, apenas três atingiram a meta. Cinco escolas não participaram da Prova Brasil e uma não teve o número mínimo de alunos para a avaliação. Desde 2007, duas instituições vêm mantendo o desempenho favorável.

REDE MUNICIPAL

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Por mais um ano, o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) da rede municipal de Santa Cruz não trouxe surpresas totalmente positivas. Apesar de, nos anos iniciais (4ª série/5º ano), ter sido superada a expectativa estabelecida, com nota 5.6, na 8ª série/9º ano a média ficou 0.3 atrás do necessário, chegando somente a 4.5. Desde 2007, a rede municipal mantém o índice dentro da meta nas turmas de anos iniciais. Por outro lado, os anos finais tiveram o último aproveitamento dentro do esperado apenas em 2011.

Santa Cruz tem 20 escolas municipais de 4ª série/5º ano. Destas, dez atingiram a meta. Seis não participaram da Prova Brasil em 2015 e, por isso, não foram avaliadas. Outras quatro ficaram com nota inferior ao mínimo estabelecido. As escolas Bom Jesus, Guilherme Hildebrand e Santuário têm mantido bom desempenho desde 2007. No ano passado, a instituição da rede municipal com maior nota foi a Luiz Schroeder.

Com 8ª série/9º ano, Santa Cruz tem 17 escolas municipais e apenas duas atingiram a meta. Sete educandários não participaram e um não teve número suficiente de alunos para a avaliação. A Escola Leonel de Moura Brizola foi quem conquistou a melhor nota neste ano e se mantém desde 2011 com bom desempenho. Procurada, a secretária municipal de Educação, Jaqueline Marques de Souza, disse que não poderia comentar os resultados nessa sexta-feira, devido a outros compromissos.

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MAIOR PROBLEMA

A diferença entre a qualidade das notas dos anos iniciais para os anos finais é um problema não só de Santa Cruz do Sul, mas em todo o Estado. Enquanto desde 2007 o Rio Grande do Sul atinge a meta da 4ª série/5º ano, 2011 foi a última vez em que a 8ª série/9º ano teve um bom desempenho. No município, a média dos anos iniciais ficou em 6.0. Já para os finais, foi somente 4.4.

Para o supervisor da Ernesto Alves e doutorando em Educação, Emerson Dias Silveira, essa diferença tem alicerces no modelo educacional em que as crianças estão inseridas, já que a partir do 6º ano os conteúdos passam a ser ensinados em disciplinas separadas. Além disso, os anos finais compreendem o complexo período da adolescência. Para Silveira, a qualidade da educação se mantém, o que muda é o vínculo entre professor e aluno e a importância que a aula passa a ter na vida do estudante.

REGIÃO SEGUE A TENDÊNCIA DAS DEMAIS CIDADES GAÚCHAS

Os municípios da região seguiram a onda do resto do Rio Grande do Sul: meta atingida de forma satisfatória nos anos iniciais, mas desempenho inferior nos anos finais. Sinimbu, no entanto, não alcançou a expectativa em nenhuma das duas classes de alunos. Na comparação com a última avaliação do Ideb, realizada em 2013, Sinimbu diminuiu em um ponto a nota da 4ª série/5º ano. Na 8ª série/9º ano, a nota aumentou 0.1, mas mesmo assim não foi suficiente.

Entre Vera Cruz, Venâncio Aires, Rio Pardo e Candelária, a melhor média é de Vera Cruz, com 5.45. Porém, é o município que atinge a meta por menos tempo, já que começou a ter um bom desempenho somente em 2011, enquanto os outros colecionam resultados positivos desde 2007.

AS NOTAS

VERA CRUZ – 5.45
VENÂNCIO AIRES – 5.05
CANDELÁRIA – 4.85
RIO PARDO – 4.5

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