Conferência estadual na Unisc discute o superendividamento

Teve início nessa terça-feira, 24, a sexta edição da Conferência Estadual de Defesa do Consumidor, promovida pelo Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon/RS), por meio do Conselho Estadual de Defesa do Consumidor (Cedecon) e Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). O evento, que ocorre no anfiteatro do prédio 18 da Unisc, termina nesta quarta-feira, 25, e é realizado de forma híbrida, com transmissão pelo canal do YouTube da universidade.

A conferência ocorre trienalmente e conta com apoio da Secretaria de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo, instituição à qual o Procon/RS é vinculado, e da Escola Superior de Defesa do Consumidor do Rio Grande do Sul (ESDC). Normalmente, o evento acontece em Porto Alegre, sendo a realização no interior do Estado uma inovação. Para a edição deste ano, o assunto é o superendividamento.

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Conforme estabelecido pela lei 14.181, de 2021, que altera o Código de Defesa do Consumidor e o Estatuto do Idoso, superendividamento é a situação da pessoa que tem dívidas com valor muito superior à capacidade de pagamento. Essa situação pode comprometer o chamado mínimo existencial e a qualidade de vida.

Veridiana: universidades são parceiras | Foto: Rafaelly Machado

Segundo Veridiana Rehbein, professora do curso de Direito da Unisc e uma das organizadoras do evento, no Rio Grande do Sul a renegociação de dívidas teve início antes mesmo da lei, com um projeto-piloto de duas juízas gaúchas. A legislação foi desenvolvida a partir do estudo delas. Em vigor desde 2021, ela começa a ser implementada de forma gradativa. “A lei tem algumas disposições e artigos que tratam sobre como evitar o superendividamento. Ela trouxe novas exigências aos fornecedores de crédito, agentes financeiros e bancos, que têm um dever maior ainda de informação. Tornou essa relação um pouco mais transparente, mais do que o Código já exigia”, explica.

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A lei trouxe formas de abordar o superendividamento que podem ser divididas em duas etapas: evitar e tratar. O tratamento tem um procedimento que começa com as audiências de conciliação. O consumidor que deseja pagar as dívidas deve procurar pelo atendimento. Uma reunião é realizada com todos os credores como uma iniciativa do consumidor que deseja quitar os débitos, mas não está conseguindo.

Durante a audiência, tenta-se um acordo: reduzir valores de parcelas, aumentar o tempo para a quitação e diminuir encargos, de forma que o consumidor possa pagar. As esferas que realizam esse atendimento, conforme a lei prevê, são o poder Judiciário e o Procon. As universidades entram como parceiras, prestando assistência judiciária gratuita, por exemplo.

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Projeto

Hauschild: problema com várias causas | Foto: Rafaelly Machado

A Unisc tem um projeto em parceria com o Tribunal de Justiça. Todas as quintas-feiras à tarde é realizado atendimento no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), localizado junto ao Fórum de Santa Cruz. Em todas as cidades onde há o Cejusc, as pessoas podem procurar por atendimento sem a necessidade de estarem acompanhadas de advogados ou ter processo judicial. Elas precisam levar as dívidas e os documentos e, em seguida, marcar uma audiência. Entre os débitos que podem ser renegociados, de acordo com a lei, estão crédito consignado, despesas bancárias e de financiamento e serviços de energia elétrica e de telefonia. Dívidas como crédito rural e impostos, aquelas contraídas de má-fé e pensão alimentícia não podem ser renegociadas. A lei impõe sanções aos credores que não colaborarem com a renegociação.

Para o secretário estadual de Justiça e Sistemas Penal e Socioeducativo, Mauro Hauschild, que esteve na abertura do evento, o endividamento é um processo antigo que decorre de diversas variáveis, como econômica, baixa instrução e assédio. Elas fazem com que as pessoas tomem um empréstimo às vezes até desnecessário ou em nome de um terceiro, comprometendo a renda e a própria vida. “Quase 60% da população do Brasil tem dívidas e mais de 10% não têm como pagar”, afirma.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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