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Condição da RSC-153 é entrave para escoamento da safra

É um desafio escoar a produção de soja pela RSC-153. A situação atual da rodovia no trecho entre Barros Cassal e Soledade atrapalha os agricultores locais e os caminhões provenientes de outras regiões com destino a Rio Grande para descarregar os grãos no porto. Os piores trechos são na saída de Barros Cassal, logo após o trevo de acesso à zona urbana, e nas proximidades de Soledade, quando a rodovia torna-se ERS-332 e se encontra com a BR-386. Da ERS-412, em Santa Cruz do Sul, são 148 quilômetros.

Na subida até Barros Cassal – são 525 metros de altitude a mais em relação a Santa Cruz do Sul – o asfalto não apresenta problemas graves. As falhas são pontuais, como o desnível no quilômetro 317. Apesar da placa de aviso, a bolha na pista pode provocar um acidente, principalmente à noite. O acostamento é estreito e o mato tomou conta em alguns pontos. Há dois postos de gasolina, ambos com restaurante.

As elevações ficam para trás e as coxilhas cobertas de soja se revelam na paisagem das proximidades de Barros Cassal. E os condutores precisam se preparar para uma mudança considerável no pavimento da rodovia. Rachaduras e buracos convivem com remendos que transformam a pista em uma colcha de retalhos. Em alguns pontos, não basta desviar – é necessário reduzir as marchas e frear. Se para os carros de passeio é difícil, imagine para os caminhões.

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A sinalização horizontal está apagada e o acostamento não existe. A tensão até Soledade dura 35 quilômetros. Para abastecer ou comer, só nas cidades. Não há opções no caminho. Em uma árvore à beira da estrada, uma placa mostra o telefone para um “auto socorro”. Quem lucra com os estragos nos veículos são os mecânicos e borracheiros.

Carlos Galera, de 51 anos, dirige um caminhão carregado com 30 toneladas de soja durante os 40 dias de duração da colheita. São dez viagens por dia – cinco de ida até a lavoura, próximo ao Arroio Pessegueiro, e outras cinco até o silo de armazenagem. A viagem é de 23 quilômetros em cada trecho. “A rodovia está péssima. Um pouco melhor, pela operação tapa-buraco. Já esteve intransitável. Mas deveria ser totalmente restaurada. Perdemos tempo e gastamos mais diesel por parar em cada buraco”, reclama Galera.

O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagens (Daer) informou que a RSC-153 (entre Barros Cassal e Soledade) e a ERS-332 (entre Soledade e Espumoso) estão incluídas no lote 12 do Programa Restauro, financiado pelo Banco Mundial (Bird). As obras ainda não foram iniciadas porque o projeto executivo está em fase de readequação. Os serviços atuais, executados pela Construtora Giovanella, são de manutenção e reparos emergenciais. O convênio prevê a reforma completa do pavimento, dos dispositivos de drenagem e da sinalização (pintura da pista e placas de trânsito). 

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