Titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Santa Cruz do Sul por 17 anos, entre 2005 e 2022, a delegada Lisandra de Castro de Carvalho colecionou em sua carreira investigações que marcaram a crônica policial na última década. Assassinatos como os cometidos contra Ana Paula Sulzbacher, em 2012; Leodete Aparecida da Silva, em 2013; e Francine Ribeiro, em 2018, tornaram-se de conhecimento público e chegaram a gerar repercussão em nível nacional.
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Convidada do podcast Papo de Polícia, produzido pela Gazeta Grupo de Comunicações, a atual chefe da Delegacia de Polícia de Vera Cruz contou bastidores desses casos midiáticos que até então não haviam sido revelados. Em uma das situações, um acusado de dois assassinatos havia anotado os nomes de delegados, promotor, juiz e testemunhas em uma lista, em sua casa.
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A revelação diz respeito aos casos de Ana Paula, de 15 anos, estuprada e jogada do alto do Parque da Cruz em 2012, e de Leodete, de 35, assassinada e queimada em uma rua sem saída do Bairro Goiás, em 2013. Segundo Lisandra disse ao apresentador Cristiano Silva, episódios curiosos envolvendo religião foram notados em ambos os casos, que tiveram o mesmo homem, Deivid Stein de Oliveira, como réu condenado a penas de 30 e 18 anos de prisão, respectivamente.
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No primeiro, a investigação chegou a apurar a participação de um pai de santo, que teria certa influência no acusado. “O chip que estava no telefone de Ana Paula, que o Deivid estava usando após o crime, era desse pai de santo. Pelo acionamento do chip, a gente chegou primeiro nesse pai de santo, que daí nos indicou o Deivid. Cogitamos a possibilidade de alguma relação, pois tinha um poder muito grande, eles se respeitavam dentro da umbanda”, explicou Lisandra.
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Novo episódio dia 16
Segundo a delegada, além de apenas a hipótese de uma segunda participação no crime, nada de concreto comprovou a possibilidade de que algo relacionado a magia negra teria a ver com o assassinato. “Precisamos trabalhar com provas, e era ele [Deivid] na cena do crime”, complementou Lisandra. No ano seguinte, a então titular da Deam trabalharia no caso que considera o mais desafiador de sua carreira, o de Leodete.
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“Depois que chegamos no mesmo autor, tudo se explicava, mas até chegar nele, foi desafiador.” Mais uma vez, um fato curioso chamou a atenção. “Quando cumprimos um mandado na casa dele, descobrimos em um papel os nomes dos delegados que participaram da investigação do Caso Ana Paula e das testemunhas de acusação, promotor e juiz, como se fosse para fazer um trabalho”, disse Lisandra.
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“Ele tinha essa ligação com a religião de uma maneira muito forte e nos chamou a atenção ter descoberto essas anotações”, completou a delegada. Deivid, hoje com 32 anos, segue preso na Penitenciária Estadual de Charqueadas (PEC).
Acesse o YouTube do Portal Gaz para conferir o episódio completo do Papo de Polícia com a delegada Lisandra, onde ela conta detalhes do primeiro homicídio em que atuou, da adolescente Carla Tatiane Barros dos Santos, em 2005. Também é possível ouvir o episódio completo no Spotify (abaixo).
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Na conversa, a delegada também detalha o curioso caso de assassinato da assistente social Margarete Inês Lawisch, em abril de 2009, em que o autor guardava recortes de jornais para acompanhar o andamento das investigações. O próximo episódio do podcast Papo de Polícia vai ao ar ao vivo, no dia 16 de janeiro, às 20 horas. O convidado será o armeiro Rafael Corrêa.
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