Quatro empresas apresentaram interesse em administrar a RSC-287 pelos próximos anos. As companhias entregaram os envelopes com garantia, proposta de tarifa e demais documentos nessa segunda-feira, 14, dando início ao processo de leilão da concessão da rodovia. Conforme o Secretário Extraordinário de Parcerias do Governo do Estado, Bruno Vanuzzi, há três empresas brasileiras e uma estrangeira na disputa. As interessadas em administrar a rodovia pelos próximos 30 anos são CCR S.A., Conasa Infraestrutura S.A., Consórcio Integrasul e o Consórcio Via Central.
A CCR é paulista e já possui a concessão de diversas rodovias no país. No Estado, ela atua na Freeway, na BR-386, na Rodovia do Parque e na BR-101. A Sacyr é espanhola e está presente em obras e empreendimentos em mais de 30 países. Ela integra o consórcio Via Central, formado pela Sacyr Concessões e Participações do Brasil Ltda. e pela Sacyr Concessiones S.L. No Brasil, ela atua na ampliação do metrô de São Paulo.
A Conasa e o Consórcio Integrasul são do Paraná. A Conasa Infraestrutura está presente nas áreas de saneamento, energia, rodovias e serviços. Já o Consórcio Integrasul é formado pelas empresas Silva & Bertoli Empreendimentos e Participações Societárias S.A. e pela Gregor Participações LTDA. “Temos um contingente de grupos interessados bem diversificado, o que é um bom sinal. Temos empresas grandes brasileiras, empresas em crescimento e um gigante internacional”, disse Bruno Vanuzzi, em entrevista à Rádio Gazeta. “O número é considerado um sucesso do projeto. Teremos uma competição acirrada, ao que tudo indica.”
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O primeiro dos envelopes apresentados, que já passa por análise nesta terça-feira, 15, é o que contém uma garantia financeira de R$ 27 milhões. Depois da conferência e aprovação destes documentos, similares ao tradicional “caução”, será aberto o envelope com a proposta de tarifa base dos pedágios da rodovia – o valor máximo é de R$ 7,37. Conforme Vanuzzi, é neste momento que as empresas podem sair à frente das concorrentes, se utilizarem da estratégia de garantir o máximo desconto já de largada.
Isso acontece porque só passam para a fase final, do leilão, as empresas que tiverem propostas até 10% acima da melhor colocada. Ou seja, caso apresente uma proposta de valor muito baixo, um dos grupos interessados pode eliminar toda a concorrência para a fase do leilão. “Com isso, promovemos uma antecipação da melhor proposta e, depois, na fase de lances verbais, teremos uma disputa mais acirrada”, comentou o secretário.
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A licitação deve exigir não apenas uma qualidade técnica da empresa vencedora, mas também uma grande capacidade financeira. “É um projeto ousado, sabemos que duplicar toda a rodovia até Santa Cruz do Sul em seis anos não é um trabalho fácil”, disse Vanuzzi. Mas garantiu que as empresas interessadas teriam capacidade de desenvolver o projeto: “É gente que sabe o que está fazendo.”
A vencedora da licitação deve ser conhecida na sexta-feira, quando serão abertos os envelopes das propostas e acontecerá o leilão. Vanuzzi ressaltou que já espera descontos entre 15 e 20% do teto da tarifa – R$ 7,37 – já na largada. “Em geral, há um bom desconto já nos envelopes”, comentou. Somente então se saberá quem irá passar para a fase de lances verbais, em que acontece um tradicional leilão. “Isso acaba decidindo o futuro dos usuários da rodovia por um bom tempo. Por isso que o processo todo é desenhado para obter a melhor proposta, pensando em ter o melhor desconto”, disse Vanuzzi.
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O edital da RSC-287 foi publicado em setembro e prevê duplicação dos 204,5 quilômetros da rodovia, de Tabaí, passando por Venâncio Aires e Santa Cruz do Sul, até Santa Maria, nos dois sentidos de tráfego. As obras na RSC-287 devem começar no segundo trimestre de 2021.
Para custear a duplicação e as melhorias de segurança viária ao longo da rodovia, estão previstas a instalação de mais três praças de pedágio (quilômetro 47, em Tabaí; quilômetro 168, em Paraíso do Sul; e quilômetro 214, em Santa Maria), além das duas já existentes (quilômetro 86, em Venâncio Aires; e quilômetro 131, em Candelária), administradas pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR).
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