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REGIÃO

Comunidades religiosas se reinventam na pandemia

Foto: Rafaelly Machado

Pastor Samuel Gausmann recorre à tecnologia para manter contato com fiéis

A religiosidade e o envolvimento das comunidades com as igrejas, principalmente no interior, faz parte do cotidiano de diversas famílias. Na pandemia, além do impacto espiritual, há o fator social com a impossibilidade de encontros, como almoços, quermesses e grupos de mães e de jovens.

De acordo com o padre Roque Hammes, assessor de comunicação na Mitra Diocesana de Santa Cruz do Sul, a Igreja Católica está refletindo sobre como a pandemia vai influenciar a prática cristã. “Teremos reflexos positivos e negativos. Algumas coisas serão revistas, com a liturgia, a catequese e a prática da caridade”, disse. O tema é discutido no mundo todo e está presente em artigos do Vatican News, o site de informações do Vaticano.

Segundo o padre Felipe Bernardon, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Glória, de Sinimbu, esse é um momento de orar por cada doente, de confortar as famílias enlutadas e de agradecer aos profissionais da saúde. Em 2020, a comunidade realizou somente a quermesse da Matriz.

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No ano passado, o presidente, o tesoureiro, o padre e a secretária da paróquia visitaram todos as comunidades e seus conselhos administrativos para conferir a realidade de cada uma na pandemia. “Muitos agricultores sofriam com a seca. As comunidades estão dependendo das contribuições de cada membro para sobreviver. A vida humana está acima de tudo. A tecnologia tem sido importante na evangelização das famílias. A palavra de Deus está em cada transmissão, nos vídeos postados, canais de rádio e televisão católicos, jornais. O mais importante é manter a fé.”

Aos poucos, as celebrações estão sendo retomadas com um número limitado de pessoas. Para Bernardon, a pandemia auxiliou no resgate das orações em família e gerou expectativa para a retomada da participação nos eventos da comunidade. “Estamos visitando e levando a palavra de Deus, a eucaristia e o Sacramento da Unção para as pessoas que não podem ir à igreja. Cuidar da vida é estar próximo. É um tempo para refletir como eu cuido e ajudo a minha comunidade. O meu convite é para que cada católico seja um membro participativo da sua comunidade. Que possamos rezar a exemplo do profeta Josué: ‘Eu e a minha casa serviremos ao Senhor’.”

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Presidente da Comunidade Católica São Francisco Xavier, de Linha João Alves, Rogério Pietschaki relembra o último evento realizado em Santa Cruz antes da pandemia: a quermesse do dia 15 de março de 2020. As festividades do cinquentenário, marcadas para junho, não puderam ocorrer. “As pessoas ainda não puderam ver a igreja reformada. Agora que as missas estão sendo retomadas, com um número restrito de pessoas. Nos batizados, é permitida a presença somente de pais e padrinhos”, diz.

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Pietschaki também elenca os impactos entre os moradores. Muitos cultivam verduras e abastecem feiras, supermercados e restaurantes, mas passaram a reduzir as áreas cultivadas para evitar prejuízos. Nos finais de semana, as famílias se reuniam para jogar loto e carteado no Salão Assmann e no Bolão Gaúcho. O Estádio Nascer do Sol era outro ponto bastante frequentado para os jogos do EC João Alves. “Esperamos com ansiedade a volta das atividades. Estamos com saudades da normalidade.”

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Igrejas luteranas passam por adaptações

Segundo o pastor Edelberto Rubem Stachovski, da Comunidade Evangélica Luterana da Santa Cruz, mensagens têm sido enviadas aos membros via WhatsApp. “Entramos em contato para ver como estão e se há algo que podemos fazer por eles”, disse. Ele espera a retomada na normalidade nas atividades por entender que a presença das pessoas na comunidade e a comunhão entre elas é fundamental.

Para o pastor Samuel Gausmann, da Comunidade Evangélica de Confissão Luterana Bom Pastor, o foco do trabalho é a comunhão entre as pessoas, a convivência e os relacionamentos. Por isso, a pandemia exigiu a reinvenção. “Nada substitui o contato pessoal. As alternativas são os vídeos gravados com mensagens, lives de cultos para o pessoal interagir, aconselhamento por telefone, aulas de ensino confirmatório por EAD e visitas de portão”, detalhou.

Antes da bandeira preta, que impôs restrições mais severas, almoços no sistema pegue e leve foram organizados com o intuito de arrecadar fundos para a compra de cestas básicas. Ainda foram realizadas feiras de cucas, pães e bolachas. “Até sorteio de rifa fizemos pelo Facebook”, completou.

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Pastor Samuel interage com membros da comunidade Bom Pastor pela internet por meio de vídeos ou transmissões em lives | Foto: Rafaelly Machado

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