Educação

Computação passa a ser disciplina obrigatória nas escolas; entenda

A computação será uma disciplina regular obrigatória a partir de 2023 na educação básica, que compreende o Ensino Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. A norma havia sido aprovada pelo Conselho Nacional de Educação em fevereiro e foi homologada pelo ministro da Educação, Victor Godoy Veiga, em despacho publicado no Diário Oficial da União do último dia 3.

Professora e pesquisadora do Departamento de Engenharia, Arquitetura e Computação da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Márcia Elena Jochims Kniphoff da Cruz participou da equipe do Conselho Nacional de Educação que elaborou as normas para o ensino de computação na educação básica, conforme diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

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Márcia explica que os grupos de trabalho desenvolveram diretrizes complementares ao que já existia na base da Sociedade Brasileira de Computação (SBC) desde 2016. Bolsistas de inclusão digital da Unisc atuam na Escola Estadual Ernesto Alves, em turmas de 5º ano, com materiais de pensamento computacional desenvolvidos em cima de habilidades e competências. “Temos outras turmas em formação no projeto. Precisaremos de professores licenciados em computação, cada vez mais. Vai ser bem importante para o futuro”, ressalta.

A partir de agora, Márcia acredita que o Brasil precisará de estruturação para desenvolver os itens didáticos adequados, inclusive com a formação de professores das diversas áreas do conhecimento.

“Precisamos seguir exemplos de países que já possuem o ensino formal de computação há mais tempo. Precisamos incentivar que as pessoas possam desenvolver soluções computacionais”, salienta. Os conteúdos do projeto de inclusão digital da Unisc podem ser acessados no link bit.ly/3fOxi5C.

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Implantação deve começar até o próximo ano

A normatização, elaborada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), atende ao artigo 22 da Resolução CNE nº 2, de 22 de dezembro de 2017, que instituiu e orientou a implantação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

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Somada à necessidade do uso evidente da tecnologia e inclusão digital de alunos da educação infantil, dos ensinos Fundamental e Médio, a medida define normas sobre computação na educação básica em complemento à BNCC. Cabe aos estados, aos municípios e ao Distrito Federal iniciar a implementação dessa diretriz até um ano após a homologação.

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Ainda de acordo com o texto, é incumbência do Ministério da Educação definir políticas para a formação de docentes e apoio ao desenvolvimento de currículos e recursos didáticos compatíveis com as competências e habilidades. Além disso, o órgão será responsável por definir a política de avaliação para o ensino de computação na educação básica e o assessoramento aos sistemas e redes de ensino para implementação e continuidade do ensino.

Escolas terão que atender a premissas

A computação permite explorar e vivenciar experiências, sempre movidas pela ludicidade por meio da interação com seus pares. Segundo estabelecido pela nova norma de complementação à BNCC, as escolas devem atender a algumas premissas. Na Educação Infantil, uma delas é a de criar e testar algoritmos brincando com objetos do ambiente e com movimentos do corpo, de maneira individual ou em grupo.

No Ensino Fundamental, a premissa é compreender a computação como uma área de conhecimento que contribui para explicar o mundo e ser um agente ativo e consciente de transformação capaz de analisar criticamente seus impactos sociais, ambientais, culturais, econômicos, científicos, tecnológicos, legais e éticos.

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Já no Ensino Médio, enfatiza-se o respeito ao desenvolvimento de projetos para investigar desafios contemporâneos, construir soluções e tomar decisões éticas, democráticas e socialmente responsáveis. A articulação de conceitos, procedimentos e linguagens próprias da computação deve ser feita, preferencialmente, de maneira colaborativa.

Ernesto Alves já se adapta à nova demanda

O projeto de inclusão digital da Unisc é realizado há dois meses na Escola Ernesto Alves de Oliveira. Duas turmas de 5º ano fazem atividades de uma apostila, com o acompanhamento dos bolsistas.

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Para a professora Bethiele Salvi de Oliveira, da turma 52, o projeto é uma ótima ferramenta. “O conteúdo é bem elaborado, voltado para a organização do pensamento para tarefas simples, além da resolução de problemas desafiadores e práticos”, destaca.

Juntamente com os fundamentos básicos da computação, a professora Bethiele exercita outras disciplinas como a ortografia, pensamento matemático e geografia. “Trabalhamos a autonomia de cada estudante com pequenos desafios colocados a eles.”

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Guilherme Bica

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