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Comprometimento

A vida exige que tu te comprometas com teus projetos. Precisas fazer acordos, honrar a palavra, vencer os prazos.

Por vezes, contudo, é mais fácil se comprometer com os outros. Tua mãe precisa de algo, teus amigos, teu filho, a empregada. A cada tanto alguém vai te demandar e isso é corolário de assumir responsabilidades. O mais trabalhoso é se comprometer com tuas próprias ideias, dar sequência.

Um mandamento que aprendi pelas pessoas que me criaram foi que não podes deixar serviço pelo meio. Comer tudo que está no prato, se servir aos poucos, não precisas te embuchar.

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Enquanto responsáveis, precisamos nos comprometer. Precisamos entrar em um acordo conosco sobre o que queremos para o futuro.

Se não for possível para ti abrir mão de nada pelo futuro, teu destino é ver o presente e suas circunstâncias se apagando. Não desejar nada melhor à frente tende a te deixar à deriva, como um plástico boiando no mar.

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Se só olhares para o passado, teres crenças sobre a vida das quais não consegues abrir mão, não viverás mais dentro do presente – o único tempo que existe – quanto menos vislumbrarás o futuro.

Olhar o amanhã por vezes é ter esperança. É lutar por um ideal.

Se não existirem desafios, já morreste e não sabes. “Há mortos que morrem devagar”, acho que foi no Foucault que li esse trecho precioso.

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Essa frase se prova verdadeira na imagem de um toco. Antigamente árvore, hoje meio ou completamente seco, apodrecendo. Árvore em pé, por menor que tenha ficado, mas morta por dentro.

Se passaste por momentos difíceis sem que tenhas superado o esforço do trajeto, já foste algo e agora és uma sombra. Se não tens nenhuma expectativa sobre o futuro, teus sonhos acabam e passas a viver congelado num tempo que não existe mais.

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Tu simplesmente não consegues te comprometer com teu futuro. És resultado de algo que não consegues mudar, sendo refém das circunstâncias e das decisões dos outros. Se tu não queres escolher, certamente alguém te imporá o que fazer.

Quem não molda seu futuro é agente passivo da vida.

Poderias ser mais se… Maldito se. Se não fossem traumas, se não fosse teu medo de mudar, se não fosse o apego que tens pelo teu passado. “Se” não faz diferença nenhuma.

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Quem vive de “se” se contenta com o “quase”, porque o que tu podes ser nunca vai ser resultado do Se tivesses feito alguma coisa a respeito. Quando te comprometes com algo, tu o fazes. Todos os dias, por menor que seja o progresso.

Pelo teu amanhã. Nem que o amanhã acabe amanhã, fizeste algo a respeito.

Somos resultado de ações, não de suposições.

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Bruno da Silveira Bica

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Bruno da Silveira Bica

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