Santa Cruz do Sul

Comprar no comércio local amplia vagas na indústria e no comércio

O bom desempenho do varejo pode ser medido pela quantidade de novos empregos gerados no setor. Um levantamento feito pelo Sindicato do Comércio Varejista de Santa Cruz do Sul (Sindilojas-VRP) revela que, até o fim do mês de setembro, haviam sido gerados 2.155 postos de trabalho, 1.267 a mais do que no mesmo período do ano passado. Com a proximidade do Natal e as contratações de temporários, o ano deverá ultrapassar a marca dos 1,5 mil empregos a mais no comércio santa-cruzense.

Segundo o presidente do Sindilojas, Mauro Spode, a força do varejo pode ser explicada a partir do desempenho positivo nas contratações no decorrer deste ano. “Esse movimento positivo é fruto da força e da diversificação do nosso varejo local. Santa Cruz é uma cidade-polo da região, e por isso, concentra as melhores opções de lojas e diferentes segmentos”, avalia Spode.

Spode reforça o potencial da geração de oportunidades de emprego no comércio | Foto: Nascimento MKT

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Mesmo que de forma preliminar, com as vendas positivas do Dia das Crianças, Black Friday e a grande expectativa em torno do Natal, a tendência de crescimento nas contratações deverá ser confirmada até o fim do ano. “É correto projetar que até o fim de dezembro teremos mais contratações e o saldo positivo, que é aquele gerado entre as contratações e demissões. O comércio contratou mais e mais trabalhadores ficaram empregados, isso é o reflexo da importância desse setor na nossa economia”, ressalta o presidente do Sindilojas-VRP.

Compras B2B também podem ser locais

A geração de emprego e renda, percebida pelo levantamento do Sindilojas, é incrementada com o hábito de compras nos empreendimentos locais. Isso vale para o cliente pessoa física e para as empresas. A movimentação B2B, quando uma organização precisa adquirir produtos de outra, também serve para fomentar o desenvolvimento.

“Os atores locais têm que criar estratégias para conquistar as gerações millenials, Z, alfa e não apenas ferramentas B2C e enfrentar também o D2C (venda feita direto ao consumidor), com diferenciais que agreguem valor, rapidez e experiências positivas de compra”, diz o presidente da Associação Comercial e Industrial (ACI) Santa Cruz, César Cechinato.

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Ele reforça que, no passado, iniciativas foram feitas apontando com selo a origem dos produtos, o que cria a ideia de proximidade, pertencimento. Acrescenta que há exemplos de empreendimentos que têm como política dar preferência aos produtores locais.

César Cechinato defende a criação de estratégias das empresas | Foto: Banco de Imagens

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Um desses estabelecimentos é a rede Miller Supermercados. A empresa prioriza fazer compras de produtores locais e regionais, que atendam à demanda e tenham a documentação necessária exigida. Isso ocorre, especialmente, no agronegócio, pois quanto menor a distância e menor tempo de armazenamento, mais fresco e com qualidade chega o produto ao cliente.

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A rede tem mais de 30 fornecedores de frutas e verduras, em especial da agricultura familiar. Eles realizam a colheita pela manhã e já fazem a entrega.

Senso de pertencimento

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), eleito para o comando da Associação das Entidades Empresariais de Santa Cruz do Sul (Assemp), Ricardo Bartz, considera fundamental o movimento Comprar aqui é bom demais. Ele reforça que a iniciativa incentiva e desenvolve o senso de pertencimento ao que é da região. “A CDL Santa Cruz sempre estimula que a população priorize suas compras no comércio local. Acredito que, neste final de ano, mais uma vez a comunidade vai entender o quão importante é fazer circular a nossa economia, adquirindo seus produtos nas lojas da nossa cidade, sem priorizar as compras online”, enfatiza.

Bartz acredita que iniciativa reforça sensação de pertencimento | Foto: Jacson Stuelp

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Bartz reforça que o comércio pode ajudar ao manter os preços atrativos. “É claro que cada lojista trabalha numa margem, muitas vezes, bem espremida, mas é necessário uma atenção maior para ter competitividade”, reforça. Outro fator considerado importante é a possibilidade de o varejo local facilitar ao máximo a logística do consumidor, tornando atraente para que o possível cliente entre na sua loja. É tido como essencial, assim como o atendimento, que precisa ser cada vez mais aprimorado.

O ingresso, com venda, nas redes sociais ou por meio de site também é elencado como um fato positivo. “Há boas experiências, uma vez que o ambiente de pagamentos está um pouco mais seguro. As relações são mais voltadas para isso, em especial na pandemia, quando muitas lojas tiveram que se adaptar ao que o consumidor pedia”, diz.

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Guilherme Bica

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