As companhias aéreas na América Latina devem fechar o ano com perdas de US$ 300 milhões, anunciou nesta quarta-feira, 10, a Iata (Associação Internacional de Transporte Aéreo), representante de cerca de 260 empresas, responsáveis por 83% do tráfego mundial.
Para a Iata, a região foi a de piores resultados em 2015. No balanço, o Brasil, em desaceleração econômica e com real desvalorizado, aparece como o principal peso contrário ao desempenho latino. “O Brasil está tragado em uma tempestade”, definiu Peter Cerda, vice-presidente da Iata para as Américas, em encontro com jornalistas em Genebra.
No primeiro semestre deste ano, o prejuízo no país foi de R$ 1,56 bilhões (cerca de US$ 400 milhões). No Brasil, em comparação com 2014, os custos de operação subiram 24%, enquanto o faturamento cresceu 3,7%. A principal queixa da associação é o preço do combustível -50% mais caro no Brasil do que em outros países da região.
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A região também enfrenta problemas na Venezuela e na Argentina. Nos dois países, as empresas estrangeiras têm fundos bloqueados para repatriação, com câmbio desfavorável imposto pelos governos locais. Na Venezuela, conforme a Iata, US$ 3,8 bilhões estão retidos.
Em termos de tráfego, porém, houve crescimento na região, de 5,6%. No próximo ano, é esperado aumento de 7,5%, puxado por mais voos para a América do Norte.
Crescimento no mundo
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Já no cenário global, a indústria da aviação vive momento de otimismo. A piora na economia brasileira, assim como crescimento mais lento da China e da Rússia do que o previsto, são compensados por recuperação no mercado da Europa.
As companhias esperam obter lucro líquido de US$ 36,3 bilhões em 2016. A previsão para 2015 -fixada em US$ 29,3 bilhões em junho- também foi revista para cima. O ano deve fechar com US$ 33 bilhões de lucro líquido.
A Iata avalia que a melhora da rentabilidade se deve à queda do preço do petróleo -US$ 55 o barril em 2015 e, segundo previsão, US$ 51 no ano que vem- e ao fortalecimento do dólar americano em diversos mercados. O cenário também é favorável devido a aumento de 6,7% no número de viagens de passageiros, que compensa o desempenho mais fraco do transporte de cargas no ano. Para 2016, são esperados 3,8 bilhões de passageiros -alta de 6,9%.
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