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Como será a encenação da Paixão de Cristo em Rio Pardo na Sexta-feira Santa

Na noite desta sexta-feira, 15, a comunidade de Rio Pardo e região poderá voltar a conferir a apresentação da Paixão de Cristo no município. O evento, que ficou dois anos sem ser realizado por causa da pandemia, volta a integrar a programação da Semana Santa com muitas novidades. O espetáculo comunitário foi criado há 29 anos e é realizado pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Turismo, Cultura, Juventude, Esporte e Lazer, patrocínio da Corsan, com produção da Andarilhos Companhia Teatral. Fazem parte da encenação 60 atores da comunidade, que ensaiam desde março para dar vida no palco a Jesus, Maria, Madalena, Pedro, Judas, Caifás e Pilatos, entre outros personagens históricos.

O espetáculo retorna em 2022 ao Centro de Eventos Forno de Cal, uma arena a céu aberto localizada nas proximidades da Praia dos Ingazeiros, após sete anos acontecendo em outros lugares. “Para o espetáculo, voltar ao Forno é retomar a grandiosidade. O cenário se agiganta aqui no Forno. Ele dá uma dimensão muito maior e acho que esse é o ponto alto. Voltar para cá, emocionalmente, é muito importante”, relatou o diretor Dmitri Rodrigues, no comando da atração desde 2014 e que foi um dos atores no papel de Jesus Cristo entre 1999 e 2006.

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A dramaturga e jornalista Letícia Mendes, que assina o roteiro, explica que o grupo decidiu contar uma história sobre amor, compaixão e combate aos preconceitos e à intolerância. “É um grande desafio porque é uma história milenar, e com uma representação e significado muito fortes para muitas pessoas. Também um desafio porque o espetáculo já era reconhecido em Rio Pardo e na região quando comecei a ter contato com ele, em 2014. Mas, ao longo dos anos, consegui me aprofundar no texto, conhecer cada personagem, e fui me permitindo alterar muitas passagens dessa história. Aqui o protagonista é Jesus, mas a mesma história poderia se passar com muitos outros, tanto lá naquele período quanto no momento atual”, disse.

Estreando no papel principal, no lugar de Jones Mallet, está o ator Eduardo Ezequiel, de 28 anos. Ele já participou de nove edições da Paixão de Cristo vivendo outros personagens, como João, Judas e Pilatos. “Todos os papéis que fiz, tanto dentro quanto fora da encenação da Paixão de Cristo, me ajudaram a me desenvolver como ator. Mas, neste ano, o desafio mudou de patamar com a oportunidade que recebi de poder interpretar o protagonista dessa história. Me sinto privilegiado por ter sido escolhido em meio a tantos atores talentosos que temos participando desse projeto.”

Ensaios finais

O elenco comemora o retorno do evento e está animado para transportar o público até Jerusalém em mais uma encenação marcante. “O que eu sinto é um misto de coisas, um pouco de ansiedade para voltar, por ver público de novo, por ter troca, por levar algo para o público ver”, afirma o ator Anderson Andrade, que participa da produção no papel do apóstolo Pedro.

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O grupo trabalha nos últimos ensaios, na preparação de figurinos e cenários e na finalização do áudio do espetáculo, que foi gravado no Estúdio Azul, em Rio Pardo, na semana passada. Nesta quinta-feira, 14, acontece o ensaio geral. A apresentação será nesta sexta-feira, 15, às 20h30.

Serviço

  • O quê: Paixão de Cristo de Rio Pardo
  • Quando: nesta sexta-feira, às 20h30
  • Onde: Centro de Eventos Forno de Cal, com entrada gratuita

Fortalecimento da presença das mulheres

Neste ano, pela primeira vez, a Paixão de Cristo de Rio Pardo terá o mesmo número de papéis encenados por atores e atrizes, fortalecendo a presença das mulheres no espetáculo. No roteiro de Letícia Mendes, as personagens femininas, que já ganhavam força, estão em equilíbrio e possuem as próprias posições dentro da história. Uma das novidades será a personagem Rute, vivida pela atriz Lívia Maria Silveira Aguiar.

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Entre os destaques da produção está Maria Madalena, vivida pela atriz Jéssica Alves. “Esta história sempre foi contada por homens para homens, e a Letícia nos traz um olhar sensível sobre o que as mulheres pensavam, como lidavam com as questões da época e como enfrentar essas questões em um ambiente hostil para o sexo feminino”, comenta ela, que faz parte do elenco há sete anos.

A estudante Daryane Silveira, que faz parte da Paixão de Cristo desde 2016, e pela terceira vez vive o papel de Cláudia Prócula, acompanhou a transformação e o crescimento da presença feminina. “É impossível deixar de falar o quão feliz me sinto por ver que cada vez mais mulheres estão podendo contar essa história. O texto da Paixão de Cristo era contado mais por homens, onde nós, mulheres, éramos apenas o ponto emocional e frágil da narrativa. Hoje vemos personagens que, apesar de suas dores, demonstram o quão fortes são.”

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