Na reunião realizada por representantes da segurança pública na tarde desta sexta-feira, 25, na Superintendência da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Porto Alegre, foi definido que a força vai ser usada para liberar rodovias bloqueadas pelos caminhoneiros, caso eles não aceitem a desobstrução. O Estado vai seguir a diretriz nacional. O ministro da Defesa, Joaquim Silva e Luna, afirmou que as forças federais irão atuar de maneira “rápida e enérgica”, por meio de um decreto assinado pelo presidente Michel Temer.

O encontro contou com a presença do Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal (PF), Advocacia-Geral da União (AGU), Ministério Público Estadual (MP-RS), Brigada Militar (BM), Polícia Civil (PC), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Exército. Em caso de bloqueio ou confronto, os caminhoneiros serão presos. Desde a segunda-feira, quando se iniciaram as manifestações, cinco pessoas já foram presas por apedrejar caminhões ou colocar fogo em pneus sobre rodovia. Além disso, a PRF confirmou que os caminhoneiros que quiserem voltar a trafegar nas estradas gaúchas receberão apoio dos agentes de segurança, para evitar confronto entre os próprios condutores.

“Se houver ameaças para quem desejar circular, vamos garantir a segurança. Temos a ordem para priorizar atendimento dos serviços essenciais, abastecimento de órgãos públicos que precisam estar funcionando e assegurar a livre circulação. O direito de manifestação pacífica será assegurado. Estamos coibindo com a força de choque em casos de violência. Por enquanto, não tivemos nenhum confronto. A presença da polícia inibiu atos de vandalismo, como barreiras de pneus em chamas, que acontecem quando há ausência de policiais”, disse o superintendente da PRF, João Francisco Ribeiro de Oliveira.

“No Rio Grande do Sul, o bloqueio está proibido, assim como uso de violência. Se a manifestação for pacífica, não faremos a retirada. Os caminhões estacionados nas pistas e acostamentos, já estão recebendo multas. Mas praticamente a totalidade dos manifestantes fica às margens das vias, sem prejudicar o tráfego”, completou. No Estado, ainda há 120 homens da Força Nacional de Segurança (FNS).

Schirmer garante combustível para veículos da segurança pública

A Secretaria Estadual da Segurança garante que não vai faltar combustíveis para a frota da Brigada Militar, Polícia Civil, Susepe e Instituto Geral de Perícias (IGP). Além disso, está descartada a possibilidade de desabastecimento de alimentos e gás de cozinha para os 107 presídios do Rio Grande do Sul. A operação para garantir os suprimentos é mantida em segredo. Conforme o secretário Cezar Schirmer, há insumos suficientes para quase uma semana. “A questão de abastecimento das viaturas está resolvida de ontem. A questão de abastecimento de alimento e gás para os presídios está garantida para os próximo cinco dias, pelo menos”, garante.

Na tarde desta sexta-feira, manifestantes concentrados em frente à Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, liberaram a passagem de um caminhão carregado com oxigênio para abastecer o Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre. O transporte do suprimento dependia, de início de escolta do Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar (BOE), mas o condutor do caminhão se identificou e teve a passagem liberada. “A população não pode ser penalizada com problemas para ir às escolas, suprimentos que não cheguem aos hospitais, aí teremos que agir com a Brigada Militar”, finaliza Schirmer.