Com um crescimento superior à média do Estado no Produto Interno Bruto (PIB) entre 2017 e 2018, Santa Cruz do Sul avançou quatro posições e se tornou a sexta maior economia do Rio Grande do Sul, de acordo com ranking divulgado ontem pela Secretaria Estadual de Planejamento. O desempenho está associado à produção do setor de tabaco.
O PIB é a soma dos bens e serviços produzidos por uma cidade. O estudo, que foi elaborado em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a economia santa-cruzense expandiu-se 13% ao longo de 2018, enquanto a média do Estado foi de 8%. Com isso, o município elevou o seu PIB nominal de R$ 8,2 bilhões para R$ 9,4 bilhões e ampliou sua participação no PIB estadual de 1,9% para 2,1%. Santa Cruz também ultrapassou quatro municípios que estavam à sua frente em 2017 – Passo Fundo, Triunfo, Novo Hamburgo e Pelotas (o último, inclusive, perdeu o lugar no top 10 para São Leopoldo).
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Os números indicam uma recuperação da economia local que chegou a ser a quinta maior do Estado em 2014 e caiu para décima em 2017. Segundo o pesquisador em economia do Departamento de Economia e Estatística (DEE), Martinho Lazzari, a virada é reflexo de um ano bastante positivo para a fumicultura, enquanto os demais segmentos não tiveram variações significativas. Os resultados da cadeia do tabaco são determinantes para o desempenho geral do município, já que 32,1% do valor adicionado local corresponde ao setor industrial – índice bem superior à média estadual (22,4%). Não por acaso, Venâncio Aires, que também possui indústrias fumageiras fortes, teve, entre todos os municípios do Estado, o quarto maior ganho de participação no PIB gaúcho, saltando da 30ª para a 22ª posição.
O estudo ainda apontou Santa Cruz como a 114ª maior economia do País em 2018. Outro destaque é o PIB per capita (divisão do PIB pelo número de habitantes), que chegou a R$ 73.285, ante uma média estadual de R$ 40.363. Dentre as maiores economias, é o segundo maior PIB per capita, atrás apenas de Triunfo (R$ 304.208), sede do polo petroquímico. Santa Cruz tem atualmente 131,3 mil habitantes.
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Soja, fumo e alimentos destacaram-se entre os setores
Segundo o pesquisador Martinho Lazzari, as oscilações nos PIBs municipais no Rio Grande do Sul são influenciadas principalmente pelos desempenhos dos setores industrial e agrícola. Em 2018, localidades com grandes produções de soja, por exemplo, se beneficiaram pela alta dos preços, enquanto cidades baseadas em produção de arroz e pecuária sofreram com a queda na produtividade.
Em relação à indústria, os segmentos que mais se destacaram foram os de tabaco (o que ajudou Santa Cruz e Venâncio) e alimentos (o que beneficiou municípios como Rio Grande). Já a indústria química teve um desempenho mais fraco, o que levou, por exemplo, Triunfo a perder posições no ranking.
No Vale do Rio Pardo, apenas cinco dos 29 municípios avançaram no PIB, enquanto 23 tiveram queda e um manteve a mesma posição de 2017. Lagoa Bonita do Sul, no Centro-Serra, manteve-se como o menor PIB da região: ficou em 448º lugar entre os 497 municípios gaúchos. Gramado Xavier, Tunas, Vale Verde, Cerro Branco e Herveiras também estão entre os 100 menores PIBs do Estado.
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