Saúde e Bem-estar

Como preservar a saúde mental: profissional dá dicas

O ano se inicia, hora de “correr atrás da máquina” em busca de uma situação mais confortável para que seja melhor do que aquele que passou, aciona o piloto automático e segue sem olhar para o horizonte. Chega o mês de outubro e, em um despertar da consciência, percebe que faltam menos de dois meses para a chegada do Natal e, passando mais uma semana, o ano já findou. Nessa constatação, as emoções confusas brotam e assim permanecem até o ano findar. Dias reflexivos se estendem e junto com eles vem uma mistura de sentimentos de alegria, saudade, tristeza, incerteza, frustração, obrigação etc.

Conversando com os sentimentos e as emoções

O encanto e o desencanto natalino andam simultaneamente. Há os que aguardam ansiosos pela data com uma atmosfera de alegria por receber familiares, celebrar conquistas, confraternizar, trocar presentes, renovar as esperanças e planejar o próximo ano.

Há também aqueles que vivem a angústia do desencanto pelo Natal e pela virada do ano, trazendo nas suas memórias situações desagradáveis como perdas, remorsos, desesperanças, sentimentos de fracasso e de estagnação, desenvolvendo aí a chamada “síndrome de fim de ano”, uma espécie de depressão situacional, uma enorme tristeza por não estar conseguindo sentir a felicidade autoimposta ou por não pertencer ao grupo das pessoas felizes. Esse sentimento felizmente tende a se dissipar logo que as festas acabam, mas traz, mesmo que por um curto espaço de tempo, um enorme sofrimento.

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Psicóloga Fátima Corá Brandt | Foto: Divulgação

A psicóloga Fátima Corá Brandt salienta que existem formas de evitar esse sofrimento ou pelo menos amenizar um pouco essa “síndrome”. Para isso, basta que, ao longo do ano, o despertar da consciência se repita com frequência, trazendo para a reflexão aquilo que estamos sentindo, quais os caminhos que estamos percorrendo, se os objetivos traçados no início do ano estão sendo realizados ou se ainda estão fazendo sentido. Quanto mais estivermos conectados com os sentimentos e com as emoções, mais clareza temos para lidar com eles.

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O autoconhecimento é a forma mais genuína para entendermos aquilo que é nosso e aquilo que é do outro e, nesse processo, entendemos que não temos a obrigação de reproduzir ou de sentir da maneira que o outro sente. Podemos transformar sentimentos em palavras, separando aquilo que nos faz bem daquilo que nos faz mal. Importante sermos flexíveis e benevolentes conosco, nos permitindo mudar os planos e o rumo sempre que for favorável.

É necessário retirar o peso das ritualizações simbólicas. Precisamos ter coragem para não ceder às obrigatoriedades simplesmente por não querer desagradar alguém mesmo que isso nos desagrade.

Cartilha para a vida

A psicóloga traz algumas dicas para preservar a saúde mental não somente em datas específicas mas também ao longo do ano.

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  • Programe-se naquilo que pretende fazer e evite aceitar compromissos em excesso. Caso isso ocorra, busque priorizar aquele que for mais adequado para você.
  • Busque fazer pausas entre um compromisso e outro até mesmo para fazer uma avaliação sobre o que é prioritário, o que é necessário e o que é secundário ou descartável.
  • Valorize os pontos positivos dos acontecimentos, trazendo um olhar consciente sobre as ocorrências ao longo do ano.
  • Pratique a gratidão para consigo e para com o outro, seja menos exigente, quebre paradigmas, distribua sorrisos, acolha com afeto, descanse, se permita, seja autêntico, respeite seus limites, converse com seus sentimentos e faça as pazes com você e com o mundo.

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