Como assimilar que o governo tenha dado acolhida a tamanha desfaçatez de um organismo emitir determinações sobre o que deve ou não ser adotado como cultivo no meio rural? É uma piada? Uma cultura formal, presente há séculos como fonte de renda nos três estados do Sul e em várias regiões do Nordeste, é tratada dessa forma? Mas o imposto, pelo visto, seguirá sendo cobrado com muito gosto! Até porque parte da verba advinda desses tributos interessa (e muito!) às campanhas antitabagistas…

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No caso dessa ação maluca que sugere “plantar comida” e não tabaco, a isso jamais se pode chamar de formar opinião; é deformar opinião. Quem sabe o governo e seus órgãos não poderiam ir a campo para descobrir por que quase 130 mil famílias a cada ano optam (sempre!) por plantar tabaco, ao mesmo tempo em que cultivam alimentos?

Tabaco é cultura presente no Brasil desde antes da chegada dos portugueses. Por muito tempo, foi até prescrito como um santo remédio, veja só. Se o consumo do cigarro hoje tornou-se malefício, cumpre ao governo fazer campanha de esclarecimento, como cada país tem autonomia para fazer. Mas se o consumo é legal, dentro e fora do Brasil, demonizar o tabaco é completo disparate, e desleal.

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Até porque, nesse ritmo, já se poderia até prever o futuro… Hoje o alvo é o tabaco. Amanhã podem ser o eucalipto e a acácia. Afinal, não são “comida”. E depois seria a vez do sorgo. E logo da alfafa, que também não vai para a mesa… Será que em breve os gênios de tais campanhas pedirão o fechamento das salinas (para inibir o consumo de sal?) ou mesmo a erradicação da cana-de-açúcar para combater o alcoolismo? Como engolir uma argumentação dessas?

Ofensivas antitabagistas como a da campanha, pelo nonsense do que propõem, no mínimo deveriam ser chamadas à responsabilidade por disseminarem fake news. Que, aliás, também fazem muito mal à saúde, física e mental.

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