O distanciamento social, tão necessário neste momento para evitar a contaminação pelo coronavírus, pode gerar angústia ou piorar a saúde mental. A pandemia de Covid-19 e o isolamento subsequente têm potencial para agravar casos de ansiedade e depressão, além de outros transtornos.
Conforme o psiquiatra Henrique Nascimento Neto, durante este período é normal se deparar com algum grau de sentimentos conflitantes. “As queixas relacionadas à ansiedade são as mais comuns neste momento. Consideramos ela como o fruto de pensamentos catastrofizantes direcionados ao futuro”, explicou. O profissional apontou que o distanciamento social também pode levar ao aparecimento de sintomas depressivos.
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É preciso ficar atento aos sinais. “Perda de prazer em atividades que antes considerávamos prazerosas, insônia e alterações significativas do apetite são as queixas mais comuns. O sentimento de solidão e vazio e o aumento da irritabilidade podem ser alguns dos sintomas apresentados.” O isolamento acaba por gerar outros tipos de problemas, como o abuso de álcool, tabaco e tecnologia, como redes sociais e jogos. Henrique destacou que não é necessário estar no “fundo do poço” para buscar ajuda: psicólogos e psiquiatras podem auxiliar por meio do teleatendimento.
Para Henrique, as pessoas mais vulneráveis a estes quadros no momento integram a população mais pobre, já que a fragilidade social é um agravante ao estresse do isolamento. “As pessoas que já fazem tratamento psicológico para ansiedade, depressão, TOC e dependência química também são mais vulneráveis, assim como aqueles que moram sozinhos e os trabalhadores que enfrentam a incerteza do futuro do seu negócio”, disse o psiquiatra.
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Em família
O isolamento social pode exacerbar sintomas de ansiedade e crises de pânico e agravar a depressão, conforme a psicóloga Gisele Maria Severo. “Conviver com a indefinição é muito pior do que termos uma afirmação negativa, pois nessa se sabe quando tudo irá acabar. Essa indefinição gera pânico, medo e incertezas do que pode vir a acontecer”, contou.
Mas a quarentena também pode fazer com que uma outra modalidade de estrutura familiar se estabeleça. “Pais que eram desconectados de seus filhos foram obrigados a ver e se conectar com o filho, quebrando o isolamento afetivo, muito presente e real em várias famílias”, explicou Gisele. Para a profissional, esta conexão é muito positiva, especialmente quando os pais ajudam os filhos nas tarefas escolares e criam outros vínculos.
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Neste sentido, as casas também foram ressignificadas pelo distanciamento. “Os lares passaram a ser nosso ‘recanto sagrado’ – ali temos que respeitar o espaço do outro, onde tudo se passa e acontece.” De acordo com a psicóloga, a casa pode se tornar um espaço de cura de relações familiares, onde passamos a valorizar ainda mais as interações como carinhos, refeições compartilhadas, beijos e abraços.
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CINCO DICAS
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O psiquiatra Henrique Nascimento Neto ensina como cultivar a saúde mental durante a pandemia. Confira:
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