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CONVERSA SENTADA

Como assim?

Como assim: uma decisão monocrática sem nenhuma urgência para obstar ato administrativo de um presidente da República? Não me consta que a antiquíssima norma que confere aos atos administrativos, pelo menos em princípio, presunção de legalidade, tenha sido derrogada. O que houve de tão grave, tão perigoso, para que um ato do presidente precisasse ser obstado através da liminar de um magistrado? Quer dizer que agora se presumiu que estava resplandecente a ilegalidade pelo fato de o indicado ter laços de amizade com a autoridade que o nomeou?

Não estou a favor, nem contra o Bolsonaro, mas não consta que seja corrupto. Só não me agrada e me aborrece o crescente “governo” de algumas autoridades judiciárias, que adoram intervir nos demais poderes. Sim, eu acho que o nosso presidente está longe de se comportar como um lorde inglês ou um diplomata da classe do Barão do Rio Branco. Mas há que se ter presente que ele, antes de assinar nomeações, o fez ao certo ancorado em parecer jurídico de sua equipe de procuradores. Enfim, o presidente fez bem em logo nomear outro para o cargo, mas não fez bem ao censurar com acidez o ministro prolator da decisão (noblesse oblige).

Outro assunto.

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Como assim oito horas de depoimento, e num sábado?

Ao tomar conhecimento no domingo de que o dr. Moro tinha ficado 8 horas lá na Polícia federal, ruminei com meus botões, ainda de pijama: “mas a saúde de que oito horas?” Teria levado um chá de banco? Teria relatado mil esquemas e irregularidades? Ou quem estava reduzindo a termo as declarações não tinha muita prática e se atrapalhava? Ou, exibido o termo ao interrogando, este pedia, antes de assinar, mil retificações?

Em seguida, já recomposto e de banho tomado, fui ansioso para a internet ler os comentários. Alguns disseram que a montanha tinha parido um rato.

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Pobre do meu ex-colega Moro. Agora ele está na seguinte situação: os admiradores de Bolsonaro entraram em júbilo incontido; os adversários não estão defendendo o juiz famoso, lembrando-se da tempestade da Lava Jato.

Que situação! Terá Moro sido advogado antes de ser juiz para que possa se reinscrever na OAB? Vai ser ungido para, quando houver uma vaga, ascender ao STJ ou STF?

Vai ser meio difícil isso acontecer enquanto Bolsonaro estiver no comando. Não fora tudo isso, já começaram a “furucar” a vida profissional da esposa do ex-ministro, que é advogada. Moro ficou sem mel nem porongo.Vamos ver o desenrolar das coisas.

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Como diz a filosofia campeira, “baile terminado, músicos a pé!”

Dois anos para as próximas eleições são uma eternidade.

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