Em meio à crise econômica e com previsões ainda nebulosas para 2017, o esperado 13º salário chega podendo fazer a diferença. Mas seu uso exige prudência, seja para lidar com as dívidas acumuladas ao longo de 2016, gastar nas festas de Natal e Ano-Novo ou até mesmo investir.
Conforme o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 84 milhões de brasileiros serão contemplados com o abono. São trabalhadores com carteira assinada, empregados formais, informais, domésticos, seja do setor público ou privado, além de aposentados e pensionistas. Ainda segundo o Dieese, o pagamento do salário extra deve injetar na economia do País R$ 196,7 bilhões, o que representa em torno de 3% do Produto Interno Bruto (PIB).
O segredo para utilizar o 13º de forma consciente, de acordo com o professor de economia e especialista em finanças pessoais da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Gelson Luiz Benatti, é conciliar o pagamento de dívidas e contas com os momentos em família. “É preciso priorizar aquilo que está por vir, mas é muito importante dedicar um pouco do salário para confraternizar”, acredita Benatti.
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DICAS DOS ESPECIALISTAS
Quite as dívidas – O professor de Economia da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Mozart Ness, ressalta que o salário extra deve ser reservado prioritariamente para as dívidas. “Deve-se dar preferência àquelas com juros mais altos, como o cheque especial”, ressalta.
Lembre-se de janeiro – Não saia gastando o que sobrou. A partir de janeiro, as contas começam a chegar. Começam pelo IPTU e IPVA, passando pelo material escolar até o Imposto de Renda. Segundo o professor de Economia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS) e especialista em finanças pessoais, Alfredo Meneghetti, a recomendação é tentar pagar à vista os tributos que ofereçam descontos. “Quando não é possível pagar antes, não tem problema em parcelar. O que não deve acontecer é atrasar”, alerta.
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Crie uma reserva – Se a situação estiver confortável, é hora de pensar no futuro. A caderneta de poupança é a forma mais indicada para aqueles que querem fazer um pé-de-meia. O recomendável é que a conta tenha seis vezes o valor que o trabalhador recebe mensalmente.
Invista – Caso já se tenha uma reserva de emergência, o 13º pode servir para investimentos. Porém, o professor de Economia e especialista em finanças pessoais da Unisinos, Gelson Luiz Benatti, orienta a investir naquilo que se conhece. Ações na bolsa, Notas do Tesouro Nacional e Letras de Crédito Imobiliário são opções. “Para aplicar sem risco de perder tudo, é essencial que se entenda como as alternativas funcionam.”
Planeje uma viagem – Com as contas em dia, guardar o dinheiro para viajar nas férias pode ser uma boa opção, porém, para poupar é necessário planejamento. Em caso de viagem de avião, compre as passagens com no mínimo três meses de antecedência. Outra dica é tentar fugir da alta temporada, entre dezembro e março, quando os preços sobem. No caso dos jovens, hostels podem ser uma escolha econômica e uma oportunidade de conhecer pessoas novas.
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Confraternize e presenteie – Mas vale pesquisar antes de comprar.