O futebol brasileiro foi pano de fundo para episódios lamentáveis de violência nos últimos dias. Em 24 de fevereiro, o ônibus do Bahia foi atacado a caminho da Arena Fonte Nova, em Salvador. A explosão de uma bomba feriu jogadores, principalmente o goleiro Danilo Fernandes.
No último sábado, dia 26, uma pedra arremessada contra o ônibus do Grêmio, a caminho do Beira-Rio, atingiu o volante Mathías Villasanti, que ficou ferido. O episódio provocou o adiamento do clássico Gre-Nal 435. No mesmo dia, torcedores invadiram o gramado do Estádio Vila Capanema, em Curitiba, para brigar com os jogadores após o rebaixamento do Paraná Clube no Estadual ter sido decretado.
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Psicólogo clínico e do esporte vinculado à Prefeitura de Santa Cruz do Sul, Flávio Ramon avalia que problemas dessa ordem tornaram-se sistêmicos. Observa que casos semelhantes ocorrem todos os anos, desde invasões de treinamentos a agressões físicas. O profissional acredita que a prevenção passa por campanhas educativas e pela atuação das forças de segurança e responsabilização criminal dos envolvidos.
Para ele, há uma facilidade maior para identificação dos autores, por conta da disseminação das câmeras de vigilância. “As pessoas precisam responder pelos atos e serem punidas, isso é um aspecto educativo. O sujeito vai repensar suas atitudes e a chance de repeti-las é menor”, avalia.
Ramon considera a existência de um círculo vicioso no contexto da violência e impunidade. “Quando há responsabilização, isso se dá de forma leve”, sublinha. O profissional cita a torcida mista como um exemplo de boa conduta nos estádios. “É uma experiência educativa. Uma estratégia para mostrar que é possível conviver em harmonia com o adversário. Poderia ser mais disseminada.”
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