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Sexualidade

Como a intimidade pode ajudar nas relações

As pessoas em geral buscam viver uma vida plena de satisfações tanto em âmbito particular quanto em parceria, em casal. Essa satisfação está relacionada com realização profissional, saúde, bem-estar social e com uma vivência sexual saudável. Vários fatores influenciam na possibilidade de se encontrar satisfação sexual. Muitas pessoas têm dificuldade e sentem-se insatisfeitas com trocas sexuais, ora sem vontade, ou por falta de excitação, ou porque o sexo não foi legal, ou não sabia como satisfazer a outra pessoa, se estava fazendo “certo”, etc.

Um fator importante está relacionado com intimidade, que é uma forma de fazer com que os encontros das pessoas se tornem próximos. Essa intimidade pode aproximar pessoas de forma que o ato sexual ocorra com muita naturalidade e prazer.

A intimidade foi mudada com a modernidade. O enfoque no imediatismo, individualismo e busca somente de prazer momentâneo foi levando à crise da sociedade na intimidade. Na atualidade, observamos relações conjugais mais instáveis na busca de  individualidade e igualdade, passando a se sustentar quase que totalmente nas satisfações sexuais imediatas e pouco emocionais. Entenda um pouco mais sobre a intimidade e como ela pode ajudar as relações:

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O que é intimidade? 

A intimidade não se resume à revelação de qualquer informação. É a revelação de afetos. Além disso, é a necessidade da empatia de quem recebe a informação. Essa empatia é desenvolvida com conversa, convivência e uma dose grande de vontade de acertar. O desafio é encontrar maneiras criativas e para equilibrar proximidade com a separação necessária do pensar e agir de cada.

Como desenvolver? 

Praticando empatia. Em outras palavras, um treino empático é a capacidade de ouvir o outro, compartilhar tolerância a frustação, suportar não fazer parte em tudo na vida do outro, concordar em discordar. Por exemplo, um pensa de uma forma sobre determinado assunto e outro não concorda, então aceitar a forma de o outro pensar. Manter áreas da vida autônomas e outras compartilhadas. Por exemplo, um casal que trabalha muito, se envolve em desenvolvimento profissional com muita dificuldade em se encontrar pessoalmente, dificilmente conseguirá desenvolver intimidade. “Nunca nos vemos”, é a queixa. Isso se refletirá diretamente em ter uma vida sexual satisfatória. 

Quando?

Para desenvolver adultos capazes de serem íntimos, os  exemplos dos pais são importantes. Crianças e adolescentes percebem a importância de uma convivência harmoniosa com muita troca afetiva e, certamente, vão buscar viver da mesma forma.

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Igual para homens e mulheres? 

Uma questão interessante é a diferença de crenças entre os gêneros. Os homens precisam de sexo para sentirem a intimidade; proximidade parece ser mais uma atividade do que um estado. Já as mulheres precisam de intimidade para fazer sexo e são mais “treinadas” para terem intimidade. Existe uma relação de articulação entre as orientações amorosas femininas que podem, afinal, viver  enquanto casal, com diferentes sentimentos: a paixão, o amor, a amizade, etc. E em relação às maneiras como as mulheres conceitualizam e vivem (ou não) na prática, a sua autonomia, será na instância conjugal e em face ao “nós-casal”. 

Desentendimentos? 

As formas de conjugalidade e, logicamente, de afetividade, centradas na autonomia (cada um por si), bem como as tensões e contradições que tal desenvolvimento comporta para os indivíduos nelas envolvidos, vão levar a aferir as diferentes modalidades de conjugação entre o “eu” e o “nós”. Torna-se importante entender o que representa o “eu” para cada um em sua forma de pensar e agir, pois na maneira integrada, o “nós” muitas vezes acaba por produzir desentendimentos e rusgas. Essas diferenças vão gerar quebra da intimidade e, com isso, insatisfação sexual.

O que mais influencia o casal, para ver a sua forma de se relacionar?

É uma questão de multicausalidade (muitas causas) ao lado de como foi feita a construção e funcionamento conjugal. As orientações amorosas, bem como as maneiras como se constroem certos estilos de autonomia, aparecem marcadas por diferentes níveis de realidade social. Cada um traz sua história, a vivência em sua família de origem, acontecimentos de toda uma vida antes de fazer a parceria ou a relação a dois. Por um lado, vislumbram-se, sem dúvida, os efeitos operados pelos processos de mudança histórica das sociedades ocidentais, sentimentalizando e privatizando o universo da vida familiar e instituindo a ideia de que casamento é somente amor. A popularidade e a transversalidade social da ideia de junção do casal dever-se-ão provavelmente a este movimento de mudança, que transformou o afeto em categoria de falar generalizada e legitimadora de escolhas e de comportamentos. A crescente primazia dada ao amor na vida privada, elegendo-o como uma das (senão como a…) grandes fontes de bem-estar pessoal, poderá contribuir para explicar opções, investimentos, maneiras de estar e de interagir. 

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Em resumo, investir em intimidade, desenvolver formas de conversas “olho no olho” e não somente no celular, carinho, contato físico com afeto e interesse, não somente na hora do ato sexual, certamente, trará uma possibilidade de satisfação pessoal e sexual.  

 

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