Sociedades por vezes têm a compreensão de que a política ou a economia determinam suas vidas e perspectivas de futuro. Mas quem mais demarca limites ou possibilidades é a… geografia. Ou exatamente: o mapa. O que à primeira vista devia ser quase óbvio escapa à percepção de quase todos. É o que revela o jornalista e escritor inglês Tim Marshall, 62 anos, especialista em relações exteriores e diplomacia internacional, em Prisioneiros da geografia, lançado no Brasil pela editora Zahar, em tradução de Maria Luiza X. de A Borges, com 284 páginas, a R$ 54,90.
Marshall se vale de dez mapas de regiões específicas, conflituosas e demarcadas por aspectos naturais que os determinam, para mostrar que, na verdade, as sociedades estão embretadas por limites que guiam seus destinos de maneira irremediável. As fronteiras entre Estados Unidos e México e entre Estados Unidos e Rússia, por exemplo; o mundo árabe, com o conflito entre israelenses e palestinos; as divisas na Ásia, na convivência sempre traumática entre indianos e paquistaneses; e ainda a convivência entre chineses e tibetanos. São povos aprisionados no lugar em que vivem.
Aliás, essa reflexão Marshall levou adiante em novo livro, A era dos muros: por que vivemos em um mundo dividido, também pela Zahar, em que menciona que mais de um terço dos países na atualidade levantou algum tipo de bloqueio, cancela ou, literalmente, muro, restringindo ora o acesso, ora a saída. Ou seja, de um jeito ou de outro, prisioneiros de algo (ou de um poder, ou do medo).
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