Criado em 1999 para gerir a Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, o Comitê Pardo é um órgão deliberativo composto por 50 membros, entre usuários, representantes da sociedade civil e órgãos públicos. Um dos pontos identificados como prioritários pelo comitê foi a preservação da mata ciliar, a vegetação que fica nas margens dos rios e tem importância muito grande para manter a saúde dos leitos.
Segundo a presidente do Comitê Pardo, Valéria Borges Vaz, o diagnóstico do Plano da Bacia, realizado em 2005, indica um déficit de até 70% de mata ciliar em alguns locais dentro da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo. “O Comitê Pardo está focando suas ações nas sub-bacias que têm maior prioridade conforme o diagnóstico, além das necessidades que são apontadas pelos usuários em trechos críticos.”
LEIA TAMBÉM: Agricultores da região podem sacar benefício do Programa SOS Estiagem
Publicidade
Diferentes grupos de gestão integrada foram criados para acompanhar as áreas mais críticas dos rios da bacia hidrográfica. Na próxima reunião do Comitê Pardo, que ocorrerá na próxima terça-feira, 22, a partir das 8h30, no Memorial da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), algumas ações de recuperação de margens serão apresentadas a partir de um projeto que envolve o Comitê, a Agepardo, a Corsan, o Ministério Público e a Salix Engenharia Natural.
“Serão apresentados os resultados da recuperação de três pontos do Rio Pardinho, a partir de técnicas de engenharia natural. Outros sete pontos já estão em negociação para serem executados. Juntos, somam dois quilômetros a montante da área de captação de água para abastecimento de Santa Cruz do Sul e Vera Cruz. Precisamos unir esforços para cuidar das nossas águas”, aponta a presidente do Comitê Pardo.
LEIA TAMBÉM: Efeitos do La Niña podem ir até o verão; veja os riscos para a safra
Publicidade
Iniciativas do tipo são de extrema importância para auxiliar a produção rural, que constantemente sofre com a falta de chuvas, bem como para garantia do abastecimento de água. Segundo informação do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), divulgada em outubro, é grande a probabilidade de o fenômeno La Niña – que causa o resfriamento das águas do oceano – provocar queda no volume de chuva sobre o Estado entre novembro e dezembro de 2022 e janeiro de 2023.
A conservação das margens dos rios mediante ações como as do Comitê Pardo serve para reduzir os impactos de fenômenos climáticos. A cobertura vegetal é importante, inclusive em períodos de chuvas prolongadas, pois evita a erosão da margem e a perda de terreno disponível para a plantação. “Temos relatos de um produtor no Plumbs que perdeu um hectare de terra, levada pelo rio. A frequência e a intensidade dos eventos extremos vêm aumentando com o passar dos anos. Por isso, precisamos aplicar técnicas adequadas para recuperação das margens, como a de engenharia natural, para garantir estabilidade e termos segurança hídrica”, lembra Valéria.
LEIA TAMBÉM: Áreas de preservação são os escudos da vegetação nativa
Publicidade
Ela salienta ainda que, segundo dados da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), a estiagem entre 2020 e 2022 causou um prejuízo de mais de R$ 42 bilhões à economia gaúcha.
LEIA AS ÚLTIMAS NOTÍCIAS NO PORTAL GAZ
Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul e região direto no seu celular? Entre na nossa comunidade no WhatsApp! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta CLICAR AQUI. Você também pode participar dos grupos de polícia, política, Santa Cruz e Vale do Rio Pardo 📲 Também temos um canal no Telegram! Para acessar, clique em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura agora!
Publicidade
This website uses cookies.