O Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo (Comitê Pardo) pretende avançar em 2024 com o programa de recuperação das margens do Rio Pardinho, entre Santa Cruz do Sul e Sinimbu. O trabalho teve início em 2021 e abrangeu 2 quilômetros entre a área de captação de água e a antiga ponte. Agora, com parceria de uma empresa do setor do tabaco, o objetivo é alcançar novas áreas que se encontram em situação crítica. O atual presidente do comitê, Adalberto Huve, falou sobre o assunto em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9.
Huve lembrou que o trecho já restaurado foi feito pela empresa Salix, de Erechim, especialista nesse tipo de operação. Segundo ele, o trabalho executado deu tão certo que algumas árvores plantadas já estão com mais de 2 metros de altura, bem como a vegetação do entorno se desenvolveu de maneira adequada. “Hoje, sem sombra de dúvida, aquelas encostas estão protegidas”, afirmou. Para 2024, a expectativa é fazer esse restauro em mais 4 quilômetros em direção a Sinimbu, com as mesmas metodologia e engenharia.
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O procedimento consiste em colocar pedras na barranca do rio onde há erosão e plantar árvores entre elas. Com o tempo, explicou Huve, as raízes dessas árvores vão fixar as pedras e fortalecer as encostas, prevenindo a queda de terra na água e o consequente assoreamento do rio. “Aquela erosão gigantesca que tinha lá não existe mais”, salientou, referindo-se às margens renovadas.
O sucesso da ação pôde ser confirmado em 2023, ano em que o Rio Pardinho teve vários períodos de cheia. “Fui até lá para conferir e as pedras estavam no mesmo lugar, tal qual foram colocadas em 2021.”
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Outro ponto citado pelo presidente do Comitê Pardo diz respeito à colaboração dos proprietários de terra às margens do rio. Huve enfatizou a necessidade de impedir que o gado e outros animais tenham acesso às encostas, bem como evitar lavrar a terra nesse espaço, conforme prevê o Código Florestal. O mesmo vale para as propriedades onde estão as nascentes do Pardinho, nos municípios de Herveiras, Gramado Xavier e Barros Cassal. Para o trabalho de recuperação e manutenção delas, é possível contar com o apoio da Emater, Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e prefeituras.
“O primeiro de tudo é esses proprietários terem consciência e interesse de que essa nascente pode e deve ser preservada.” Nos locais onde isso já ocorreu, informou resultados significativos, ainda que a chuva tenha ajudado muito ao longo de 2023.
Ainda sobre Herveiras, chamou a atenção para o severo racionamento de água enfrentado pelos moradores no verão passado, que ocorreu em razão da falta de um reservatório de captação de água. “Enquanto comitê, fizemos uma vistoria técnica e identificamos pelo menos três pontos que podem perfeitamente servir como represa para depósito e abastecimento de água da cidade.”
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O Comitê Pardo tem abrangência em 13 municípios por onde passa a Bacia Hidrográfica do Rio Pardo. Um dos locais de preocupação é o Arroio Plumbs, em Vale do Sol, onde nos anos anteriores alguns produtores de arroz deixaram a atividade em razão da falta de água, como consequência de estiagens.
A mesma situação foi percebida em Rio Pardo, onde os arrozeiros que dependiam da água do Rio Pardo passaram por problema semelhante. Adalberto Huve frisou que identificar essas dificuldades e apresentar demandas ao poder público é um dos principais objetivos do órgão.
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