Foi dado início na tarde desta terça-feira, 5, na sede do Sindicato dos Bancários (Sindibancários) de Santa Cruz do Sul, ao Comitê Municipal do Plebiscito Popular Primavera da Democracia. A ideia, com o órgão, é promover uma oportunidade para que a população demonstre uma posição – contrária ou favorável – à privatização das empresas públicas estaduais, como a Corsan e o Banrisul.

O vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e dirigente do Sindibancários de Porto Alegre, Everton Gimenes, é quem está à frente da coordenação do Comitê Estadual do Plebiscito Popular Primavera da Democracia, e esteve no evento desta tarde em Santa Cruz. “Nós resolvemos que, se o governo não quer escutar a população gaúcha, nós, dos movimentos sociais, vamos escutar através de um plebiscito popular”, afirmou.

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Conforme Gimenes, há um entendimento de que o patrimônio público, composto por empresas públicas, não pertencem aos governantes ou gestores, mas, sim, pertencem ao povo. “Especialmente aqui no Rio Grande do Sul, até este ano, tínhamos o artigo 2º da constituição estadual, que garantia que, para o Estado vender, privatizar ou abrir capital, deveria consultar a população, através de plebiscito. Mas governo e Assembleia rasgaram isso”, disparou.

Com aprovação da Assembleia Legislativa, o governador Eduardo Leite já deu início ao processo de privatização da Corsan. “Sem escutar o povo”, destacou Gimenes. A expectativa do movimento Primavera da Democracia, segundo o representante, é coletar milhares de votos em todo o Rio Grande do Sul. “Vamos mostrar ao governo a verdadeira opinião da população. Pesquisas indicam que mais de 70% das pessoas são contra as privatizações”, apontou.

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Nesse sentido, a função do comitê municipal será mobilizar a população para participar do plebiscito, divulgando o movimento. Para tanto, serão utilizados gibis sobre a privatização, panfletos e banners. Além disso, o grupo também vai organizar a votação em si e contar os votos. “Assim, vamos ter o quadro completo do Estado”, completou.

O evento também marcou a reativação do Fórum em Defesa da Água Pública em Santa Cruz do Sul.

Como vai funcionar o plebiscito popular

O plebiscito será realizado em todo o Rio Grande do Sul, entre os dias 16 e 24 de outubro deste ano. A votação será híbrida, de modo que a população poderá participar votando on-line, através de uma plataforma digital e também poderão depositar cédulas em urnas físicas, dispostas nos municípios. Serão três perguntas a serem respondidas.

Para Gimenes, é importante que as pessoas participem, pois o governo já abriu o processo de privatização da Corsa, mas os municípios que têm convênio com a estatal, por exemplo, vão precisar se adequar a essa situação. “Há chances de isso ser parado, então vamos usar os dados do plebiscito como ferramenta de pressão. Onde a água já foi privatizada, ficou mais cara, porque não tem isenção tarifária, nem subsídio”, finalizou.

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Colaborou o jornalista Márcio Souza